Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

domingo, 16 de setembro de 2012

Gaia - Página 4


   Eles sabiam que se ficassem ali para lutar ia deixar o seu filho órfão. Mary se vestiu com o vestido grená sem perceber que o mesmo havia rasgado e uma tira havia enganchado na ponta de um dos engradados, então, foi ajudar Cretus arrastar a mesa para próximo da portinhola de aço ajeitando as cadeiras em sua devida posição. Cretus amarrou a ponta de uma corda em um engradado esticando-a em direção à entrada da portinhola, empilhou os engradados, um sobre o outro, desordenadamente. Entraram na passagem segurando a ponta da corda. Cretus cortou um pedaço da corda e amarrou na maçaneta interna da portinhola, deu a outra ponta da corda para Mary e a ordenou que a puxasse. Assim que ela puxou trazendo para dentro a lasca de madeira atada no primeiro engradado, ele puxou a corda presa na maçaneta travando a portinhola. Rogaram as suas esperanças nas preces que fizera para que a entrada da passagem fosse encoberta pelos engradados empilhados. Com o movimento dos engradados, a tira de pano grená desprendeu e parou próximo da criatura morta.
   Entrementes, do lado de fora da casa, duas criaturas continuavam lutando e não perceberam o ruído vindo da casa. A batalha era sangrenta, desumana, animalesca, injusta, como toda batalha entre homens. As duas criaturas em posse de uma lança se preparam para o golpe final, sabiam que o combate estava no fim. Olharam-se, não pela última vez, tentando presumir o golpe final, o silêncio imperou entre eles por alguns segundos e foi quebrado pelo urro de ambos ao irem um de encontro ao outro. Quando uma das criaturas apoiando em um dos pilares de um edifício em ruínas projetou o seu corpo no ar realizando um mortal, o outro já sabia do seu destino, sem tempo de reagir, recebeu o golpe da lança do inimigo nas articulações do joelho direito. Caído de joelhos, ele olhou para o inimigo sem pedir clemência, guerreiros não se curvavam, porém, seus olhos demonstravam uma rendição raivosa. O outro arrancou a lança cravada em seu joelho direito, segurou a sua cabeça curvando-a para trás e sem misericórdia cravou a lança em seu pescoço de cima para baixo. O urro do vencedor arrastou alguns escombros na rua, entrou pela porta da casa, revolveu os engradados empilhados, entrou pela fresta da portinhola e desestabilizou Cretus. Mary continuou incólume, sua fé não deixava nada lhe atingir. Aninhou Próbolo próximo dos seios e seguiram em frente.
   A criatura, ao entrar na casa, percebeu movimentos no céu, retornou e, meneando a cabeça, olhou em todas as direções sem entender o porquê daqueles movimentos nervosos das nuvens. Entrou novamente na casa desconsiderando a ocorrência, pois sabia que ainda não aprendera tudo sobre o novo planeta e aquele momento não era de aprendizado. Perscrutou com o olhar o ambiente a procura de sua presa, foi de ambiente em ambiente procurando-a, ao não achar voltou ao primeiro ambiente, viu um dos seus caído no chão e próximo dele uma tira de pano grená. Levou a tira às narinas e aspirou todo o aroma contido nela desprezando-a logo em seguida, não obstante, sabia que o cheiro era da sua presa e agora o tinha consigo.   Desconfiou do amontoado de engradados e enraivecido, arremessou a mesa contra a parede, em seguida as seis cadeiras. Os engradados amontoados receberam aquelas lascas de madeira dificultando mais ainda a possibilidade de visão da portinhola de aço. Nervoso, a criatura deu um tapa nos mesmos e urrou de dor, pois uma das lascas de madeira havia atingido uma das articulações de suas garras. A criatura agora sabia que eles haviam escapados por ali. Um ar gélido vindo da porta de entrada passou assustando-o, porquanto, fora a temperatura gelada, repentinamente, atingindo o seu planeta que fizeram com que fugissem de lá. Ao sair, percebeu que os movimentos das nuvens se davam por uma frente fria estar tomando conta do céu. Correu em direção a sua nave e notara que era muito tarde para levantar voo. Algumas criaturas se debatiam tentando aquecer do frio repentino, enquanto outras se quebravam devido à baixa temperatura. Uma nave levantara voo, mas ao atingir o céu, embicou para baixo e caiu espatifando no chão. O piloto não aguentara a baixa temperatura e havia se quebrado em diversas partes. O instinto de sobrevivência o levou aonde podia. Ele se fechou em sua nave enquanto a neve a cobria. Ligou os motores de aquecimento sem saber quanto tempo ele duraria. Apegou-se a um desejo, o de sobreviver e a uma vontade, a de encontrar a presa que habitava aquela casa. Ele apurou o seu olfato e deixou permanecer em sua mente todos os aromas sentidos naquela casa, principalmente o contido na tira de pano grená.

Continua

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14 comentários:

  1. Cada vez mais assustador, Eder!
    Mas essa criatura tinha mesmo que encontrar um pedaço do vestido da Mary?
    Ai...
    Agora só me resta esperar pelo próximo capítulo!
    Um grande abraço e bom final de domingo!

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  2. Ei Eder...

    Meu amigo como estou bem atrasadinha por aqui, tive que ler os capítulos anteriores para chegar a uma conclusão...assustadoramente anseio pelo final, imagino que um fato real seria bem aventureiro e cheio de medo, o cheiro neste pedacinho de pano coloca mais uma vez em risco a vida de quem esta em busca de esconderijo, ainda bem que lhe resta a fé...mas o que vem pela frente? conseguirão vencer o inimigo? ou será que passarão uma vida fugindo?

    Beijos......aguardando o próximo capítulo..

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  3. Mais um capítulo com situações extremas onde o apego à sobrevivência, mais uma vez a Maryzita escapa incólume sob o manto da fé, mais uma vez a criatura segue seu instinto... Vou lançar, na nave dele, um lencinho de seda que tenho, bem na frente do nariz dessa criatura faminta, quem sabe ela sentindo o meu cheiro fique confusa e me venha fazer uma visitinha a noite, daí os pais do Proby vão ganhar tempo enquanto o fofíssimo faminto é despistado! hehehe! Gostou? Brincadeira viu meu querido Éd, só pra gente sorrir um pouquinho... se eu levar muito a sério essa sua história não durmo né? Então escapo pro outro lado.. Gr. Bj. Éd! Ótima semana pra ti!

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  4. ...passando para te desejar uma linda
    semana feita de sonhos e tantas mais
    inspirações!

    bjs, alma querida!

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  5. Está tão bem escrito que confesso que imaginei a luta sangrenta. Agora nem imagino o que virá. Aguardando a quinta parte. Abraços.

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  6. INCRIVEL!!!!! e vou sperar amanha a continuaçao!!!
    abraços

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  7. Éder, apesar da narrativa excelente e interessante, não pude ler todo. Sou muito sensível, não gosto de livros nem filmes de violência ou terror.
    Beijos

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  8. Éder,me apego ao comentário da Jeanne-sou meio sensível até em ler,imagina quando vejo na tv imagens de violência,mas se essa é a sequencia da sua narrativa que estou seguindo...Ficarei como boa leitora é torcendo que de algum modo o autor ponha qualquer coisa de suave nessa trama.*Sou assim mesmo quando leio ou vejo um filme que não está acontecendo exatamente como gostaria... !Abraço carinhoso,

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  10. OI ÉDER!
    MESMO SENDO MEDROSA, ACHO QUE SOU MAIS É CURIOSA, VOU VOLTAR.
    ABRÇS

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  11. Genteee! Pela demora do próximo capítulo já tô suando frio desde agora... Espero aguentar o trampo quando enfim essa continuação chegar! rsrs Bjoooo!

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  12. Eder,que eletrizante está seu conto!Parece O Vingador do futuro ou um desses filmes de ação!Parabens pela criatividade!bjs,

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  13. Oi, Eder. Tal qual a Anne pude ver o filme passando em uma tela de cinema. Ótimo roteiro. Sangue não é muito meu forte, mas sem dúvida seu talento para a escrita é indiscutível. Um abraço!

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