dos dedos de deus

 
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pós-pedras poeira
pelos poros poesias
pós-poemas prosias
palavras peneiradas
carregam consigo
sedentos sonhos sabor
laranja Lima
como carrega Célia
pós-pó, pedra e poesia
pós-poeira, poema e prosias
para polinizar
por palavras
valores verdadeiros
essencialmente emanados
dos dedos de deus

filha poesia

 
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e o ser é (per)verso
você filha minha, é minha poesia
e o ser é (in)verso do ser, você
lírico poema, verso-te por ser guia
yes, todas línguas, língua minha você, a poesia
nunca seja apoética, senão filha, eu sangria

A bela que amo

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O desenho do teu corpo nada diz de ti
As linhas disformes
O peso em excesso
O cabelo sempre desalinhado
O andar desengonçado
Pouco diz de ti
O olhar triste
Os lábios finos
As sobrancelhas grossas
O quadril reto
Menos diz de ti
O nariz adunco
As orelhas de abano
Os seios pequenos
Mãos e pés exagerados
Não diz nada de ti
É quando nos teus olhos
A imagem de tua alma se revela
Que diz tudo te ti minha bela
Te amo pelo teu conteúdo
Não pela tua aparência
Na ciência da vida
Aprendi que olhando para dentro
Se vê o tudo

Só por amor

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Ah! Quem me dera destituir o amor loucura
Aquele que sufoca e prende, quando acaba deixa amarguras
Ah! Quem me dera suspirar um amor divino
Ou me embeber em lágrimas por um amor perdido
Sentir saudades de um amor distante
Ou sofrer como sofre os amantes
Por menor que seja a ausência que sentem