Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

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                                   PALAVRAS MORTAIS

Um dia antes.

   Natan amanheceu inspirado, ligou o computador e antes de abrir o editor de texto, abriu o navegador e entrou no You Tube. Sentado na cadeira giratória, ele ouvia a Legião Urbana em volume alto imitando o Renato Russo ao gesticular os braços, pois com a sua voz fina e infantil, ele não conseguiria imitá-lo cantando. Balbuciou um trecho da música Baader-Meinhof blues, a que ele mais gostava: "A violência é tão fascinante..." e abriu o Word. Os gritos estridentes de Isobel romperam a sala pedindo para ele diminuir o som, prontamente atendida, Isobel não se deu por satisfeita e proferindo impropérios, fez lembrá-lo da inutilidade de manter o seu sonho. "Já estou cheio de me sentir vazio...". Levantando da cadeira, Natan cantava para tentar encobrir a voz de Isobel.
   Um cachorro com um osso próximo de si sendo ameaçado por outro querendo saborear esse mesmo osso, não definiria como Natan estava se sentindo ao rosnar quando a sua esposa, Isobel, parou de gritar. Vendo-o debruçado sobre o teclado com o copo de uísque sobre a mesa, ela, balançando a cabeça negativamente, chamou-o de inútil devido a sua insistência em alimentar o mesmo sonho por quinze anos consecutivos, publicar um livro em um país de iletrados. Fingindo desconsiderar o que acabara de ouvir, Natan desviou os olhos da sua esposa Isobel para que ela não percebesse a sua ira, e, não encontrando onde fixá-los, os deixou na lâmina da faca sobre a mesa até ela se encaminhar à garagem e sair de carro. O desgosto, aos poucos, tirava-o do seu mundo real e o jogava em seu mundo imaginário, o único que lhe dava satisfação, ali se sentia em casa, dialogando com as suas personagens, interagindo, sentindo-se útil. Rodou o gelo com o dedo indicador, levou o copo de uísque à boca e o sorveu de uma vez sentando na cadeira giratória. Dedos nos teclados, Natan não precisou de muito tempo para dar continuidade a mais um capítulo do seu livro: "Quando a decepção não lhe imprime um caminho para lhe salvar da estrada ruim, somente há um caminho a se tomar, matar ou se matar, e era preciso muita coragem para consumar um ou outro". Levantou-se da cadeira giratória e tentou apagar da mente o desejo que surgira após digitar aquele parágrafo, desequilibrou-se e quando se apoiou na mesa, sentiu o cabo da faca sob a mão. Por mais que seus pensamentos fossem apagados e lhe mostrassem quanto o seu desejo era abstrato, o objeto sob a mão lhe dizia que era possível a sua concretização.
   O gume estava cego, mas o uso que ele daria a sua faca não necessitava de um bom fio, contudo, ele não se perdoaria se o objetivo não fosse alcançado por causa de um simples ato mecânico não ser executado, por preguiça ou por autoconfiança.
  
 A pedra de afiar foi submersa na cuba da pia com água e deixada lá por quarenta minutos até que nenhuma borbulha emergisse dela. Agora, sobre a pia da cozinha, um tênue fio d'água escorria sobre a pedra enquanto ele deslizava o gume do lado direito da lâmina pela mesma, em movimentos suaves, para frente e para trás a um ângulo de vinte graus, depois, repetiu os mesmos movimentos do lado esquerdo da lâmina. Findada a tarefa, ele enxugou o suor da testa com as costas das mãos e enfiou a cabeça embaixo da torneira da pia. Fios de água foram espargidos pelas pontas de seus cabelos ao jogar a cabeça para trás. Porém, tanto o enfiar a cabeça na pia quanto o seu movimento para espargir a água dos cabelos eram para desembaralhar os pensamentos que não desgrudavam de sua mente. Ele, da cozinha, perscrutou com os olhos as portas da casa, mas nenhuma era de saída. Não haveria fuga para o que ele haveria de fazer.


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4 comentários:

  1. Adoro a sua escrita!
    Amei o texto!
    Parabéns! E agora to curiosa e sem dimdim! hahah
    Que Q eu faço!??
    Beijos
    http://overdoselite.blogspot.com.br/2013/12/resenhainsurgente-divergente-livro-2.html

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  2. Paula, assalta o cofre da igreja, pois esse será um pecado menor diante do pecado em não adquirir o meu e-book...rsssssssssss

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  3. adorei alias, voce escreve tao bem!!!!!SEMPRE!!!!! eu nao posso e nem sei como comprar teu livr, nao tenho carta de credito!!!
    feliz FESTAS e un super Ano Novo!!!
    beijos

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  4. Ai, estes teasers Eder. Será que ele se vai suicidar ou tentar matar a esposa?
    Grande suspense. Parabéns.

    Um abraço desde Portugal e boas festas
    Ruthia d'O Berço do Mundo
    http://bercodomundo.blogspot.pt/

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