Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Próximo conto


   Não perca o meu próximo conto, O porão. O que a mente humana é capaz de fazer movido por desconfiança. Terror psicológico do começo ao fim da história.

   "Cris, estava feliz, preparando um bolo em comemoração aos seus quinze anos de casamento quando sua casa é invadida e o invasor a leva ao inferno. E ela sabia quem ele era".
   Essa história mostrará o que a mente humana é capaz de fazer quando se ver vítima da violência.

   Uma história inspirada em um comentário da minha amiga Cris, uma pessoa especial para mim, de um talento nato para diluir todos os sentimentos em poesia e prosa, uma escritora pronta, merecedora de aplauso. Conheça clicando AQUI.

   Uma história ilustrada com imagem da minha amiga Myra Landau. Suas obras têm tanta profundidade que ao vê-las, minhas vistas vão além do que os olhos físicos podem ver, são os olhos da alma que me mostra que por suas mãos. a geometria ganha uma áurea divina. Conheça clicando AQUI
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   Segue extrato do conto:


   "Os olhos cerrados pelas pálpebras, forçosamente apertadas, o balançar da cabeça repetidas vezes simbolizando uma negação era o suficiente para dizer que ele estava lutando contra algum desejo que não queria consumar. Mas não, ele não queria era ver e ouvir o seu amigo imaginário que tentava convencê-lo a não consumá-lo. Entrelaçou os dedos com movimentos desconexos, tamborilou-os na cabeça, em seguida apontou o dedo indicador para o amigo imaginário e gaguejou: "Você tem que me ajudar". Virou-se e encaminhou-se para a janela da casa. 
   O seu olhar para ela não era um olhar de cobiça, mas de quem estava prestes a cometer uma vingança. Tamborilou com o dedo indicador a sua cabeça ao mesmo tempo em que dava passos desconexos, como se estivesse travando uma luta consigo mesmo, ora em prol do que estava pensando em fazer, ora não. Então se dirigiu ao amigo imaginário e disse: "Eu sempre soube que era um brinquedo nas mãos dela, moldado em papel machê, folha sobre folha, colado a seu bel-prazer".

   Se estiverem interessado em saber onde esse conto pode levá-los, meus caros leitores, eu indico o conto O quarto. Leia-o clicando AQUI.
 

sábado, 26 de janeiro de 2013

Sobre o pensamento em ser

Penso logo existo - Descartes
        Existo onde não penso - Freud



                                                Imagem GOOGLE

Então, não penso que sou para não ser o que não penso ser, ou ser o que pudesse ser se pensasse. Por isso que não penso quem sou para não pensar que não sou por não pensar, ou que penso que só sou o que penso se pensasse ser. Se não penso, logo não sou. Portanto, não existo onde não penso, e se existir é pensar, o que sou?


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Freud explica



   O envelhecimento me permitiu uma reflexão mais precisa sobre a passagem do tempo. Hoje, percebo que a separação entre o ontem e o amanhã se mede pela distância dos meus passos. Lembro-me de, quando criança, ficar admirando o cuco do relógio da cozinha da minha casa sair nas horas cheias do seu receptáculo sem arredar o pé da posição que me encontrava, e mal percebia a passagem do tempo. Talvez, devido a isso, eu demorei a amadurecer. Bicho papão, saci, mula sem cabeça e Papai Noel, até os onze anos, eram personagens reais. Porém, a minha sexualidade aflorou muito cedo, pois, tendo um amigo adulto, ele me introduziu na vida sexual entre as criações de patas de meu pai. Espera, não condenam aquela pobre criança, Freud explica.
   Freud um dia disse que toda criança tem uma queda pela mãe, certifiquei-me disso quando do nascimento do meu filho, e vou dizer, é uma concorrência desleal. Como meu pai, na sua rigidez educacional, metia muito medo, eu preferi não tê-lo como concorrente, então vidrei nas partes visíveis das amigas da minha mãe. Bastou perceber um dos calcanhares de uma de suas amigas - naquela época era o máximo que se via, precisaria de muitas badaladas do cuco para a mulher deixar à mostra as batatas das pernas e muito mais ainda para mostrar as coxas. - para eu trocar a cozinha pelo banheiro. E foi aí que percebi que os prazeres dados com os passos não eram tão sublimes quantos os prazeres que as mãos poderiam oferecer. E assim, esse tarado infanto-juvenil chegou aos dias de hoje e escreve esses desvios sem demonstrar nenhum rubor.
   Ontem, estava eu e o meu filho de cinco anos- o meu Cravo, como gosto de chamá-lo - assistindo TV e a gostosona da vez apareceu em uma propaganda de marca famosa de chinelo e ele disse: "Mata o papai". Olhei assustado e ele abriu um sorriso tal qual da imagem do cabeçalho do blog. Mais tarde a globeleza deu o ar de sua graça e ele me perguntou se ela estava nua. Disse-o: "Quase". Então, ele esfregou as mãos, passou a língua entre os lábios e pôs uma cara de faminto que eu tive que desligar a TV receoso que ele desse uma cabeçada na tela de cristal liquido e esfolasse a mesma. O meu Cravo, antes de ser reconhecido pelo perfume de suas pétalas, se mostra reconhecível pelo seu talo. Por favor, não condenam essa criança, Freud explica.
   Mais um BBB está no ar com as suas mulheres que parecem mais aquelas bexigas moldáveis devido tantos mls de silicone. Os homens, então, cones invertidos fixados em dois palitos de fósforo. Aí, vocês perguntam, e a cabeça? Digo, a única que eles usam está mais embaixo, a de cima é um acessório inutilizável. É muito show para pouco reality. Talvez Freud explique isso.
   Bem, desligarei a TV, pegarei o meu binóculo e vou para a janela da lavanderia espiar a vizinha gostosona de meia-idade lavar as suas roupas. Ela ainda tem o hábito de lavar no tanque, e faz isso de minissaia. Tudo bem, podem me condenar, prefiro voyeurismo à francesa, in loco. Ah, em tempo, o meu filho estará assistindo o Cartoon Network. Além de tarado infantil é um fuxiqueiro de primeira linha. Freud explica?

Imagem: Goggle

domingo, 13 de janeiro de 2013

Agradecimento


   Quando tudo está perdido sempre existe um caminho, poetizou Renato Russo. E tem que haver, afinal, a doença, a dor é um processo para nosso aprendizado e não para o nosso sofrimento, pois, somente a massa física é finita.
   Quando estava próximo de completar um ano de namoro, a minha esposa recebeu a notícia que sua mãe, moradora no sertão nordestino, havia encontrado um nódulo em uma das mamas ao fazer um exame de toque rotineiro durante o banho. O médico foi taxativo, procure urgentemente um médico em uma capital. Minha esposa, nessa época, 1997, morava com uma tia adoentada e ela não tinha condições financeiras para receber a sua mãe, então eu lhe disse para alugarmos uma casa e morarmos juntos. Ela foi enfática na sua resposta: Não, meus pais não aceitariam isso, ainda não somos casados. Apesar de amá-la muito, achava que era pouco tempo de namoro para enfrentarmos um casamento sem estarmos preparados para isso. Porém, sua mãe necessitava vir. Alianças compradas, nos noivamos no dia quinze de dezembro de 1997 e alugamos uma casa. Sua mãe veio e após exames foi constatado que estava com câncer. Foram momentos difíceis, pois a sua mãe, devido todo o sofrimento passado no sertão, tinha uma natureza depressiva. Contudo, ela, durante cinco anos, fez os tratamentos para a cura da doença, dentre eles, a mastectomia. Nesse ínterim  em quinze de novembro de 1998 nos casamos e em três de maio de 2001 tivemos nossa primeira filha. O terceiro muito tempo depois, em vinte de setembro de 2007, o segundo não chegou a nascer em decorrência de um aborto natural. Clique AQUI para saber mais.
   Investigando o histórico familiar da minha sogra, percebi que muitos membros da sua família morriam cedo, e, apesar de leigo, pelos relatos ditos, a maioria era em decorrência do câncer. Sabendo que a doença é hereditária, pensei que provavelmente um dos netos poderia desenvolver a doença.
   Quando o do câncer da tireoide na minha esposa foi constatado, eu não tive forças para suportar aquela notícia e desabei. Foram momentos de desânimo. Por isso, parei de fazer duas coisas que me apraze, escrever e ler, contudo, as outras teriam que ser feitas, então, caminhei.
   Apoio foi o que não me faltou. Pensei que minha filha se abalaria, contudo, conversando com ela, ela foi uma das que me deu apoio com a certeza inabalável da cura. O meu filho foi quem me tirou da letargia ao me chamar para brincar. Como não gosto de jogos eletrônicos, ele chegou até a mim, estendeu as suas pequeninas mãos e disse: Vamos brincar de esconde-esconde. Então encostou a cabeça nos braços apoiados na parede e começou a contar. Levantei e caminhei para me esconder. Após horas, um procurando o outro, ele, como sempre faz desde pequeno, pediu para eu me abaixar e sussurrou em meus ouvidos: Papai, gostei de brincar com você. 
   Meus amigos, todos vocês, aqui, comentando, como por e-mail ou no Facebook, ajudaram-me nessa caminhada. A fase de desânimo passou, voltei a ler e escrever. Por isso, não mais relatarei sobre a doença da minha esposa nesse espaço. Se, por acaso, quiserem notícias sobre a mesma, podem me contatar por e-mail, que se encontra no cabeçalho do blog. Quero fazer um agradecimento sincero e emotivo a todos vocês. Muito obrigado pelas orações, continuam fazendo, pois necessitamos delas.
   Encerro parafraseando Renato Russo, quando tudo estiver perdido, nunca podemos nos perder de nós mesmo, pois, sempre existirá uma Luz em nosso caminho. Amém.