Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Compondo um cenário para a imagem poética de Paula Barros


   A ansiedade feminina do ponteiro dos segundos atropela a mansidão do ponteiro dos minutos acelerando o tempo. O tempo voa, os meus passos não conseguem mais acompanhar o ponteiro das horas. Sentado no meio fio, sinto saudades dos bancos da praça, do coreto com a banda tocando a nossa canção, dos ipês roxos e amarelos que atraem os pássaros, e estes compunham sinfonias jobinianas para a beleza de suas flores, das crianças se arriscando nos carrinhos de rolimãs enquanto idosos entrelaçavam os seus dedos rememorando os tempos idos, diferente dos jovens que viviam apaixonados o seu próprio tempo.
   Os bancos quebrados, o coreto há muito tempo era uma lembrança em uma fotografia envelhecida, a praça envolta em lixo, a batida do funk fazendo apologia ao sexo, ao crime e as drogas ecoando pelas ruas, as crianças envoltas na fumaça da maconha se perdendo dos sonhos que evolam entre monstros imaginários, os jovens se descobrindo sob lençóis em quartos escuros com consentimento dos seus pais, os idosos presos em suas casas amedrontados pela violência urbana demonstravam a decadência dessa pressa atual fazendo com que perdêssemos a poesia da vida. Há permissão desenfreada a experimentação nos leva a permissividade tornando os sentimentos difusos e caóticos.
   A desesperança faz voltar os meus olhos ao passado, as saudades às ruas de paralelepípedos da minha cidade, das junções de suas pedras que escondiam as minhas memórias, enterradas pelo negrume asfáltico. O tempo é cruel, leva consigo tudo que é poético, nosso viço, nossos sonhos, nossa esperança e deixa um pesadelo assustador, o tempo de espera para o fim.
   Sentado no meio fio, componho um cenário para a lente poética de Paula Barros...


Imagem poética de Paula Barros

domingo, 26 de agosto de 2012

Sob uma olhar fotográfico poético


   Li uma vez uma frase de um filosofo, cujo nome não me lembro, que dizia mais ou menos assim: “pouco importa o caminho se durante a caminhada fizermos bons amigos”. Estou no blog desde 2008, essa caminhada me proporcionou bons amigos, tentarei, sem fazer disso um compromisso, uma homenagem aos que me são caros. Dessa minha amiga poderei dizer que através de sua lente fotográfica, o seu olhar é poético, o mesmo digo de suas escritas e acrescento que quando a imagino, a vejo musical. Há tripé melhor para se ter uma amiga do que esse: olhar poético, escrita poética dosados com musicalidade.
   Lê-la ou ver as suas imagens me inspira tanto que sou surpreendido fazendo textos maravilhosos, como se suas criações houvesse uma reticência indizível esperando ser completada. Dizer que me identifico com suas criações seria pouco, é muito mais do que isso, porém me foge agora a palavra apropriada.
   Ela me diz que apenas fotografa o que vê. Quanta modéstia, é muito mais do que isto, seus olhos através da lente fotográfica imprimem poesia.
   Aqui está uma imagem, para uma poesia minha, que compus a cena inspirado ao olhar suas imagens. Uma crônica que será publicada na quarta, 29/08/12 às 17h30min,eu fiz após ler algumas de suas publicações no Facebook.
   Eu sou uma pessoa que acredita no humano, que o amor pode modificar qualquer pessoa, que gentileza contagia e agradecer aqueles que são significantes é tão importante quanto o ar que respiramos. Tenho uma frase que cito sempre para essas pessoas que me trazem ao encontro do que nos é divino: “pessoas humanas como sabor divino”.
   Minha prezada e querida amiga, aqui está uma música para significar essa nossa amizade.
   O nome dessa minha amiga está oculto de propósito para que vocês, que passaram aqui, possam conhecê-la, com certeza, a maioria já conhece.

Para sabê-la através de suas imagens clique aqui
Para sabê-la através de suas escritas clique aqui
Para sabê-la através de seu diário virtual clique aqui
   Em todos os links vocês encontraram a mais pura poesia.


Imagem clique AQUI

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Crônicas do Paraíso e os seus infernos - tiazinha


   Como foi dito no relato anterior, Eva, cansada do sexo rotineiro, foi ao sex shop e comprou uma fantasia para apimentar a relação conjugal com Adão. Como havia errado na escolha, a fantasia de Chapeuzinho Vermelho, Adão foi obrigado a correr atrás do Lobo Mau para não ser comido porque estava fantasiado de Vovozinha, porém esquecera que na história havia mais uma personagem, o Lenhador. Foi dito também que Eva estava roliça como um tronco de aroeira. Todos nós sabemos, pois assim diz o dito popular-científico, o melhor exercício para se perder peso é o sexo. Portanto, quando o Lenhador perguntou-lhe o que deveria fazer, ela não se fez de rogada e mandou descer o machado.
   Eva fez tanto uso do machado com o exercício praticado que afinou tal um palito de fósforo e só não foi contratada por uma agência de publicidade para representar uma grande marca de automóvel por que o machado teve o fio cegado e para amolá-lo havia a necessidade de usar um afiador de diamante. Sem o afiador de diamante e conseguinte, sem o Lenhador e seu útil machado, Eva voltou a ser, novamente, símile a um tronco de aroeira.
   Necessitando do exercício para entrar em forma, ela resolveu voltar ao sex shop para comprar uma fantasia mais apimentada e assim tornar ativo o passivo do Adão. A mascara, o chicote, o espartilho e as meias de seda excitaram Eva. Se a mim provocou isso, ressuscitará o passivo do Adão se houver necessidade, pensou.
   Ao entrar em casa, Adão estranhou o silêncio sepulcral.
   - Queridinha, cheguei. Estou em casa.
   Sem resposta ele foi de cômodo em cômodo e quando chegou ao quarto viu aquele vulto negro em cima da cama BRAMIR o chicote no ar.
   - Socorro! Tem um ladrão fantasiado de zorro em cima da cama.
   - Zorro, queridinho?
   Ao ouvir a voz de sua amada Eva, Adão se voltou.
   - Queridinha, por que diabos você está vestida assim?
   - É uma fantasia erótica de Tiazinha.
   - kkkkkkkk. Queridinha, você tá mais para uma tiazona matrona dando castigo ao sobrinho por ter tirado 6,5 de média final em matemática.
   Diz o dito popular-psicológico, que é tênue a linha que separa a dor do prazer.
   Espumando de raiva, Eva chicoteou tanto o coitado do Adão que ele desmaiou. Ela, em êxtase, encontrara o seu nirvana, o prazer foi tão intenso que suores febris desciam-lhe por entre as pernas.
   Quanto a Adão, bem, este tratou de ativar o passivo, pois as chibatas provocavam dores desumanas.
   E assim foram felizes para sempre. Fim.


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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pensamento - sobre o silêncio


Em silêncio o meu estado não é solitário, com ele me preencho de Deus para saber-me, para sabê-lo. A gritaria não fará com que me escutam, e o silêncio me traz a calma necessária para ouvi-Lo. Ao me ver em silêncio, por favor, saiba, eu não estou sozinho, estou em e com Deus.


Imagem de arquivo pessoal