Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

domingo, 7 de abril de 2013

Encantamento


Apesar de criar um mundo imaginário e nele desarvorar da razão para me deixar guiar pelas emoções, foi difícil acreditar que era ele que estava diante de mim. Seus movimentos traziam uma mansuetude apaixonante, observá-lo era vivenciar a poesia em ação, como se as palavras não fossem necessárias para significá-la. Ao puxar a cadeira, segundo ele, da solidão e pedir para eu me sentar, serviu-se do café fumegante na chaleira e, delicadamente, empurrou a mesma na minha direção e me falou por sorrisos para eu me servir. Bebemos o café trocando olhares, o dele de ternura, o meu de encantamento. Ainda sentindo o gosto da bebida na boca, ele me disse, Lindo! Abestado ainda com a sua presença, perguntei o quê. O texto da minha borboletinha preferida. São textos assim que sublima a alma, pois sua essência é poética, e de poesia, você a de convir comigo, eu sei. Queria dar a minha opinião, porém, percebi que Quintana havia sido fisgado a tal ponto que o deslumbramento o fizera transcender. E então, ele continuou a falar, Esse texto, é bom dizer, para o bem da verdade, nos faz agradecer o conhecimento da língua, e digo mais, já teria valido apenas o conhecimento só por tê-lo lido. Sabe, disse isso dando um tapinha nos meus joelhos, ela não sabe, eu virei flor só para sentir a poesia intrínseca que ela carrega consigo, pois a poesia me faz falta, é ela que nos tira dessa concretude fria dos dias atuais. E quando ela pousa em minhas pétalas, sinto a vida pulsar novamente. Há nela o que me é essencial, simples, humano com recheio divino, a palavra. Ela não sabe, a tenho como filha. As lágrimas encheram o rosto do poeta e os seus olhos foram preenchidos de uma felicidade inaudita. Finalizando, ele pôs uma das mãos em meu ombro, confesso, senti orgulho de tê-lo tão próximo, e disse-me, Vem, vira flor e sinta a beleza.
   Quintana se foi, levado pelos ventos, florido de poesia. Nem deu tempo de dizer-lhe o quanto, em espírito, acompanho a sua borboleta, pois sei do seu valor e que sempre estarei, em preces, querendo o seu bem.
   - Tentarei, poeta, ser flor. - Gritei. Se me ouviu, não sei.

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