Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Criação // Imagem

     Todos nós sempre buscamos a felicidade por onde andamos, mas nunca sabemos onde ela está ou aonde  encontrar, contudo a felicidade se encontra nos amigos que fazemos durante esta caminhada. Deia é uma dessas pessoas que encontrá-la durante esta caminhada nos traz a tão sonhada felicidade. E se cremos que Deus nos fez do barro, com certeza quando a fez usou do melhor barro. Para mim é uma honra qualquer partilha com ela. Aqui estamos juntos neste poetrix.

  


Criação   //   À imagem

Barro da terra amassado, Por Deus esculpido  //  Sou a face do pai ou o desvio?
Obra de arte ou perfeição?     //     Perco-me entre as dúvidas
Sopro de vida, arte final ou desconstrução? //  Certo apenas que Dele filho sou.

Duplix por: Eder e Deia

Minha mana, carinhosa que é, publicou nossa nova parceria em seu blog também! Passa lá e confira!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O trabalho

O despertador do celular toca ininterrompidamente. Oh aparelho maldito! Lembra-me de mais um dia de escravidão, assim é o trabalho. Janela engradada permite-me sentir o aroma do sereno da madrugada. Vejo a lua nua cercada por estrelas semi-apagadas. Como contemplar somente é permitido aos filósofos, de banho e desjejum tomado encaminho-me ao trabalho, sem antes não deixar de admirar a lua que me segue. E isso com certeza ao poeta é permitido. Quem inventou o trabalho, e disse que com o suor dele nos seria permitido comprar tudo, nos seria permitido a felicidade? Doze, às vezes treze, horas preso ao trabalho com apenas uma hora de folga para o almoço, eu nem sei quem primeiro sente o cansaço, se a alma ou o corpo. Sei e sei muito bem que os dois se desfazem sobre o produto produzido. Não há ganho que pague esta perda. Somos escravos do dinheiro.
Noite, eu, resto de alguém, mas um resto poético, procuro a lua no céu e a vejo vestida de brilho cercada por estrelas cintilantes. A lua amiga me abraça com seu brilho e me joga no colo da minha família. Minha filha não me permitindo o descanso me diz como foi o seu dia na escola e me cobra uma revistinha para ler. Esposa com lista de compras na mão me beija apaixonadamente. Aí está a explicação para o trabalho: uma quer alimento para a alma, o saber; a outra quer alimento para o corpo, o pão. E só o dinheiro ganho com o suor do corpo para consegui-los. Mas mesmo assim acho o trabalho um fardo, um fardo demasiadamente pesado. Bem, e eu o que quero? Não é difícil de saber. Eu quero logo, que minha namorada lua me perdoa, o sábado e domingo. Preciso ver o sol.

sábado, 21 de agosto de 2010

Eu não queria falar de política


   Eu não queria falar de política, não queria mesmo. Um colega de trabalho me contou que ouviu no horário político gratuito (?) que um candidato perguntava se os eleitores sabiam o que o político fazia, então ele perguntou, não? Vote em mim, se for eleito eu te conto. E para completar disse, pior do que estar não fica, vote em... O candidato falou o seu nome que rima com a palavra fica. Lógico que não direi o seu nome. Sei que estes artistas (?) que se candidata são usados para angariar votos para a legenda, o quanto eles ganham com isso não sei, mas sei quem perde somos nós, eleitores. Não sei se a política é palco para palhaço, ou se nós eleitores somos picadeiro, ou quem sabe escada para palhaçada.
Abaixo publico um poema que fiz após visitar o Museu da língua português, localizado no centro de São Paulo. Espere que o poema não ofenda aos olhos dos meus leitores. Penso que ofensas maiores são feita pelos políticos que elegemos. É isso, eu não queria falar de política, pois quando eu falo saio com as mãos sujas.

     Canção de exílio
                 11/09/06

Minha terra tem belas putas
Que me amam em lençóis de seda
Algumas são cultas, outras nem tanto
Algumas cursam na USP, outras na PUC
        Mas a puta que tenho mais saudades
        È a puta de meia idade
        Que me ama com voracidade

Minha terra tem belas putas
Que gorjeiam pela Rua Augusta
Algumas moderninhas têm página na Internet
De fino trato não é com qualquer um que se mete
        Mas a puta que tenho mais saudades
        É a puta de meia idade
        Que me ama de verdade

Minha terra também tem palmeiras
Onde belas putas fazem ponto
Mães solteiras, criaram legítimos brasileiros
Alguns estão em Brasília, outros no Palácio dos Bandeirantes
        Mas a puta que tenho mais saudades
        É a puta de meia idade
        Que me ama até a eternidade

Minha terra me mandou para puta que pariu
Hoje tenho saudades da puta de meia idade
E uma mágoa por um filho ela não ter me dado
Em uma terra onde as putas são maioria
        Quanta falta faz um filho de minha autoria
        Orgulhoso dele faria
        O PRESIDENTE DO BRASIL

sábado, 14 de agosto de 2010

Carta para um amigo

   Sabe amigo, sempre em 13 de agosto, não importa o dia da semana, quando amanhece, eu procuro o sol, mais ainda se é em uma sexta-feira. Não amigo, eu não sou supersticioso, longe disso, só acredito na possibilidade daquilo que é crível.
   Houve um tempo, querido amigo, que eu acreditei que os buracos abertos no chão vermelho, dispostos em círculos e as diferentes tonalidades de bolinhas de gude jogadas umas contra as outras em direção ao primeiro buraco, depois retiradas por outra bolinha de gude arremessada no mesmo buraco, e, assim, subsequentemente, até chegar ao ultimo buraco, eu, com todas as bolinhas de gude ganhas, pensei que entenderia sobre a brincadeira, porém, caro, amigo só agora eu percebo que ali, estava era entendendo sobre gente.
   Houve um tempo, prezado amigo, que eu tentei ir longe, e, após encontrar um aro de bicicleta, pedi ao serralheiro, melhor dizendo, meu pai pediu ao serralheiro que fizesse um gancho numa ponta de uma barra de ferro, dobrando-a para frente e colocasse um cabo de madeira na outra ponta. Encaixei o gancho no aro, estimado amigo, e, por onde passava, colhi sorrisos de gente. Anos mais tarde, adulto, voltei pela trilha que o aro deixou e encontrei as mesmas pessoas, rostos envelhecidos, porém, como os mesmos sorrisos. Não entendo nada de caminhos, estimável amigo, contudo as pessoas que eu encontro pelo caminho, trago-as comigo para entender sobre gente.
   Houve um tempo, glorioso amigo, que eu brinquei de futebol com bola de meia, não sei se costurada pela minha mãe ou avô, depois com bexiga de boi. Sim, honrado amigo, bexiga de boi que eu pegava nos matadouros, limpava-a e a enchia com a boca; às vezes a enchia com água e quando ela batia no peito e estourava, permanecia o cheiro do gado morto no corpo, no entanto a alma se perfumava de vida. Sabe gentil amigo, não aprendi nada de futebol, nada mesmo, porém, começava a entender de gente.
   Sabe digníssimo amigo, eu convivi com uma pessoa, gente da gente, como você, que me presenteou com uma bola de capotão por achar que eu entendia de futebol. Então ele disse:
   - Chuta, Eder.
   Olha só, amável amigo, eu, uma criança mirrada, me senti como o rato diante do elefante. Eu, um toco de gente, diante daquela imensurável bola sem saber o quer fazer. Então, novamente, ele me disse:
   - Chuta, meu neto.
   Pois bem, gentil amigo, eu corri em direção à bola, tropeçando nos próprios pés, e chutei. A bola foi numa mansuetude, tão devagar que se meu avô espirrasse, ela voltaria com o dobro da velocidade. Ele a deixou passar e saiu à rua, gritando para a cidade todas ouvir:
   - Gol de Peleeeeeeeeeeeeeeeeeeé!!!!!!!!!
   Veja só, leal amigo, como toda cidade pequena tem ouvidos em tudo que é canto, eu, até hoje, sou conhecido como Pelé onde nasci. Para decepção de todos, de Pelé eu só tenho a cor. Eh! Amigo, você acertou, não entendo nada de futebol.
Porém amigo, eu entendo é de gente. E gente como você é gente que a gente quer ter entre a gente.

                                 Um grande abraço,

                                              Eder Ribeiro.

Para saber quem é o amigo clica aqui

domingo, 8 de agosto de 2010

Mulher fútil


   Quando eles me disseram que eu não a pegaria, discordei, afinal toda mulher fútil é pegável, basta jogar uns perfumes na pele, uma roupa estilosa e uns dinheiros nos bolsos. Aí que a coisa pega, o dinheiro, pois este eu não tinha. Contudo, eles me disseram que ela só gostava de homens que usava perfumes importados, francês. Os meus perfumes cheirando a flores de cemitério da Avon, doces de quitandas do interior do Boticário e de frutas de fim de feira da Natura iriam é afastá-la. Então lhe disse que com o meu cabelo de príncipe encantado, meus olhos de Richard Gere e meu corpo de Brad Pitt bastaria estalar os dedos que ela viria arrastando para mim. Então eles me perguntaram se eu tinha estalado os dedos para alguém e se ela veio. Bem, na fazenda do meu pai vieram. As empregadas, perguntaram. Não, as cachorras, as cabras, as vacas... Paro por aqui senão a arca do Noé será pequena para tantos animais que vieram. Ok, disseram, só que ela tem cabelos de Angelina Jolie, olhos de Angelina Jolie, lábios de Angelina Jolie, Pés e mãos e braços de Angelina Jolie. Perguntei, então, ela não é natural. Hoje em dias todas são mulheres soja. Como? Transgênica, de natural não tem nada. Mas e as pernas são de Angelina Jolie? Não, são da Sheron Menezes. Pelos menos as pernas são naturais. Fui até ela chegando chegando, como quem atropela e fui logo atropelando dizendo, “Je taime mon amour”. As palavras não soaram como perfume francês e dei com a bunda na calçada depois do tapa. Saí de lá com tanta raiva que se passasse uma tanajura, juro, eu a comia, apesar de dizer que dar dor nas costas, eu não acredito, pois tenho amigos gays que não vejo pondo as mãos nas cadeiras queixando de dor e nem no assento, este menos ainda.
   Fui para a estação do trem e não vi uma alma viva, entrei no trem e não vi uma alma morta, nem tampouco uma tanajura, viva ou morta. Porém, na outra estação entrou uma tanajura, não a formiga, mas uma mulher de vestido trapézio com uma bunda que se ela não se apressasse, ficaria presa na porta do trem. Ela sentou cruzando as pernas tal qual Sharon Stone mostrando a Tana; juro, fiquei petrificado. Ela estava apenas de vestido e tênis. Na estação próxima, antes de descer, ela abaixou para amarra o cardaço do tênis sem dobrar os joelhos que tive a impressão de ter visto algo entre o Ta e o Na abaixo da Jura. De tênis e vestido? E com o tamanho da Jura e da Tana quem ligaria para detalhes. Segui-a e quando chegou à esquina ela se atracou em mim dizendo, o que você quer? Então lhe disse, jogar você sobre os lençóis perfumados com Natura, Avon e Boticário. Com cinquenta dinheiros você pode jogar todos os perfumes que tiver, bem. Disse que aí que estava o problema, não tinha dinheiro. Ela me deu um pé na bunda que caindo de quatro senti algo volumoso atrás de mim. O tal negócio que ela tinha no meio do Ta e Na era uma chave de fenda enorme para apertar parafuso enorme também, e ela apertou tanto que espanou a rosca. Fiquei igual guarda-roupa quando tem a rosca espanada e não se sustenta, desabei e sai dali igual carrinho de mão sem ranger a roda, posto que a mesma estava lubrificada.
    Dizem que conselho não se dá, pois amigos não vou dá, porque a experiência foi dolorosa, mas lhes direi, não se meta com mulher fútil, e toma muito cuidado com as Tanajuras, porque se a Jura é boa, difícil é aguentar a Tana. E que Tana. Ui!