Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Geração insensível

   Deixamos de fazer história e passamos a ser telespectadores da vida. O tempo e o espaço agora são pequenos devido a nossa inação. Importamos mais com a linha do tempo feicibuquiana, curtindo e compartilhando fatos que por si só não faz parte da história devido isso ser uma ação de mero telespectador do que o que diz ou faz o outro sem uma discussão saudável do fato. Aqui e ali pipoca ódio ao deputado condenado por requerer atendimento médico, mesmo sendo provado por uma junta médica que o mesmo necessita do atendimento,  alegando que preso comum passam por situação pior, ou então que em hospitais públicos doentes são esquecidos nos corredores sem atendimento. A partir do momento que nivelamos por baixo,  deixamos de lutar pela igualdade de direito, ou seja, que todos os presos tenham o mesmo tratamento humanitário independentemente da sua condição social perante a lei estabelecida.  Ao negarmos o direito ao deputado  ser atendido  deixamos de ser humanos. É inegável que os presos no rodapé da pirâmide social devem ter o mesmo tratamento dos presos no cume dessa mesma pirâmide,  não o contrário. Quando deixamos de pregar isso, estamos propagando o ódio,  desumanizando a raça. 
   Talvez, essa condição de telespectadores nos tira a condição primaz de ser: o pensamento, e com isso, deixamos de existir. Estamos nos condicionando à invisibilidade, ao ódio,  à solidão, seja entre quatro paredes diante do computador, seja no meio da multidão com nosso Tablet. Não enxergamos o outro nem a nós mesmo, posto que nossos olhos e atenção estão direcionados à tela de nossas máquinas. Não nos abraçamos mais, não damos mais as mãos, pois essas estão ocupadas em digitar, curtir e compartilhar virtualmente. O que está acontecendo nesse século é a disseminação da indiferença, da desvalorização da vida. Está se criando uma geração invisível e insensível.