Ao entrar no outro ambiente, Cretus viu o
Demo enfiar as suas garras da perna esquerda no chão prendendo a perna direita
da sua esposa e em ato continuo fez o mesmo com a outra perna. Sem tempo para
pensar, pois o momento pedia ação, ele subiu o pilar central da casa e se
escondeu apoiando-se no caibro do telhado. Seus movimentos, por mais
silenciosos que fossem, não passariam despercebidos pela criatura.
Ao virar-se para saber de onde vinha os
movimentos trazidos aos seus ouvidos, o Demo sentiu que havia outra pessoa no
ambiente, despregou as garras do chão encaminhando-se em direção ao ruído.
Lestamente, Mary abriu uma portinhola de aço próximo ao piso da parede lateral
e jogou o moisés com Próbolo dentro. O choro estridente do seu bebê foi ouvido
dentro e fora do ambiente. A atenção, não somente da criatura que estava
dentro, mas também das que estavam fora do ambiente, fora direcionada ao choro
do bebê.
A criatura, ao ouvir o choro do bebê,
virou-se em direção à Mary e não o vendo mais, primeiro irou-se, depois soltou
uma gargalhada, pois percebera a portinhola de aço e deduziu que ela havia
colocado o bebê lá dentro. Arrastando as suas garras pelo chão, em uma cena
teatral inútil, pois nada do que ele fizesse iria provocar medo nela, o Demo deixou
em segundo plano o ruído provocado por Cretus e encaminhou-se em direçâo à
Mary. Ao aproximar-se, mostrou os seus caninos vociferando, abriu as garras das
mãos e arrancou o seu vestido grená. Em seus olhos havia uma cupidez que até
então não havia demonstrado. Quando na parte central do seu corpo, um pedaço da
sua carcaça foi para frente e depois, dividido em cruz, se separou deixando à
mostra um cilindro com uma esfera na ponta, Mary percebeu qual era a sua
intenção, provocar medo simulando uma tentativa de estupro. Risos soltos saíram
de sua boca irritando a criatura. Para o Demo seria uma desonra matá-la sem
nenhum traço de medo estampado em seu rosto. Com as garras da mão, ele
cortou-lhe a calcinha levando as narinas e lhe esboçou um sorriso cínico. Mary
lhe devolveu o sorriso cuspindo em seu rosto toda a sua fé. A Palavra tinha
poder e surtia o seu efeito. Irado, ele projetou a sua cabeça para trás
espumando pela boca ao mesmo tempo em que urrava. Cretus aproveitou a
oportunidade e correu ao longo do caibro e se jogou de peixinho empunhando a
sua espada. Quando a ponta da espada entrou pelo seu pescoço, a criatura foi
tomada por um medo descomunal. Pendurado na ponta da espada, Cretus jogou seu
corpo para trás dando um mortal de costa e caiu de pé no ombro da criatura. Sem
perder tempo ele se projetou no ar fechando as pernas e a abriu próximo do cabo
da espada, ao tocá-lo o peso do seu corpo cravou a ponta da espada no coração
da criatura. Com os olhos arregalados, o Demo olhou pela última vez para o seu
algoz e desabou no chão.
As emoções fervilhavam tanto em Mary quanto
em Cretus, porém, eles não podiam exacerbá-las, pois os ruídos tinham chamado a
atenção das outras criaturas.
Não muito longe da casa de Cretus, atentos a
qualquer movimento audível, as criaturas primeiro ouviram o som do choro do
bebê e depois o de combate. Todos, sem exceção, sobre os escombros da grande
guerra, vasculhavam os mesmos a procura de corpos para incinerá-los, porém,
eles ansiavam por corpos vivos, por sangue. Entre si, lutaram mortalmente pelos
corpos na casa, enquanto lá dentro Cretus e Mary confabulavam a salvação.
Continua
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...meu querido escrevinhador de encantos,
ResponderExcluireu acho que na altura do campeonato,
esta tua amiga aqui está mais para
Shakespeare do que para Isaac Asimov...rsrs
um beijo, alma linda!
...ah meu querido!!
ResponderExcluireu acho que vc entendeu minha colocação...rsrs
ou não????
bjokas mil!
deveria escrever UM LIVRO, ...de ...horror:))))
ResponderExcluirbeijosssssssssssssss
Éder,bom dia!
ResponderExcluirPassando pra continuar a leitura desse conto que está parecendo cada vez mais com um daqueles filmes medonhos de suspense.Daria um bom trailler,tenho certeza.
Muito tenso isso... Vou investigar melhor meu passado.. sei lá se nessa aventura havia apenas um bebê..? E se o Próbulo tinha uma companhia por ali meio perdida? E se essa companhia, esse outro baby tiver sido euzinha? rsrsr, viajei né? Não sei porque ando me identificando demais com o Próby, esses sentimentos indefiníveis por dentro, ao mesmo tempo a ausência de qualquer sentir.. Enfim, sei bem como ele se sente! Conheço essas tempestades existenciais. Aguardarei a continuação, pode ser que minha similaridade passe dele para uma outra criatura ávida por tornar outros ao pó! Não assusta comigo! rsrsr Se fosse interpretar algum papel adoraria fazer uma vilã! Tenho um pé atrás com gente boazinha! Minha mãe costumava dizer que "boi manso é que arromba curral", sempre achei que isso tem um fundo de verdade! rsrs Gr.Bj. Éd!
ResponderExcluirOi, Eder!
ResponderExcluirNossa, a Mary é coragem pura! Incrível!
Gosto muito dela.
Abraços
Eder,nossa que conto mais forte!Muito criativo e daria um bom filme de ação e suspense!bjs e boa sexta!
ResponderExcluir...mas eu não estou mesmo muito
ResponderExcluirdramática estes dias?
por isso citei Shakespeare.
vai passar...já está passando.
bj, menino!
A Palavra de Deus é uma espada de dois gumes, capaz de dividir juntas e medulas, alma e espírito. (Paulo Apóstolo)
ResponderExcluirQuero ser aprovada como uma guerreira que não tem de que se envergonhar e que maneja bem a PALAVRA DA VERDADE.
E aí???
: )
Fiquei inspirada, ué...
: )
Para mim é um desafio a leitura, não é muito o meu estilo.
ResponderExcluirMas por você estou acompanhando e aguardando a continuação, na expectativa para ler o final.
abraço
Oi, Eder. Esse é o tipo de enredo que certamente daria um bom filme...sedentos de sangue muitos estão inclusive hoje, só que a espada que fere é outra. Um abraço!
ResponderExcluirOi Eder
ResponderExcluirLi a parte dois e esta, parece um roteiro de filme, uma ação fenomenal, descrita com riqueza de detalhes e destreza.
Mary encarando o Demo com firmeza foi bacana, mulheres destemidas sempre me encantam.
Beijos
A tensão continua. Fiz questão de ler esse antes da quarta parte. Agora estou indo pra lá! Abraços.
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