Solidão é uma palavra que não precisa ser
escrita por extenso para significar o vazio.
Os meus dias, houvesse o sol, me eram gris.
A noite, prateada pela lua, imbuia em mim uma felicidade descomunal. Feliz, eu
me embriagava em líquidos coloridos, o vermelho do Campari era o que mais me
aprazia, talvez pela mistura do sabor adocicado representando a noite e o
amargo o dia. Porém, ao término da noite ou da bebida sobrava o copo vazio, e
eu, mais cheio de solidão pelas circunstâncias da vida, que qualquer explicação
que possa dar não seria plausível, também permanecia vazio.
O vazio diurno não era circunstancial, fazia
parte da minha psique, à noite, terra de solitários, qualquer companhia era um
intervalo para a solidão, pago com drinks. Das damas de companhia não sabia os
nomes, minto, somente os sabia no momento de pagar a conta, pois a mesma
acompanhava os seus respectivos nomes para serem esquecidos logo em seguida,
pois as nossas identidades, nós as perdíamos, sem pudor, sob lençóis, um sobre
o outro, dando vazão as nossas concupiscências; a minha originária pela cupidez
carnal, as delas pela cupidez monetária.
Nem toda fonte de luz é para nossa
iluminação. As de néon, das boates noturnas do centro velho de São Paulo, por
muito tempo permaneceu na minha juventude e início da vida adulta. Hoje, elas
não passam de um reflexo apagado de um passado esquecido numa boate chamada
solidão, habitada pelo vazio. E lá permaneceu.
Imagem clique AQUI
" vazio diurno " è o pior!!!!!
ResponderExcluirparabens, meu querido sempre textos tao bons, te admiro muito!!!!
Isso!Deixa ela la! Da muito trabalho, Eder, administrar emocoes: melhor escreve-las, torna-las arte, como vc faz.
ResponderExcluirOs acentos se recusaram a sair. Paciencia.
Abracao!
Berze
Oi Mano! Esse solitários da noite sempre chamaram minha atenção. Por qualquer trocado logo arranjam companhia, mas a solidão, como você tão bem proseou, não os abandona hora alguma. Aliás, é a única companhia da qual eles tem certeza. Um beijo da mana, Deia.
ResponderExcluirMuito bom o seu texto. Não gosto da solidão, acredito que nunca estamos sozinhos (na verdade acabei de ler um poema da Sissy que falava sobre isso). Sempre tem alguém humano ou não, à nos observar.
ResponderExcluirAbç
adraftbox.blogspot.com
Oi, Eder, maravilhoso texto, que com certeza ilustra a realidade de muitas pessoas. Inclusive, mesmo quando já se tem companhia, ainda assim alguns permanecem na solidão e recorrem às boates para receber gostas de prazer. Destaque para a frase "nem toda fonte de luz é para nossa iluminação". Há de se escolher bem a fonte...Um abraço!
ResponderExcluirEder, belo texto: à Fernando de Abreu! Adoro esse tipo de prosa, poética, não?
ResponderExcluirAbração,
Rodrigo Davel
Gosto do passado e até da solidão mas, o vazio este não é prazeroso e muitas pessoas se sentem assim mesmo no meio da multidão...Texto bonito e sentido.
ResponderExcluirBeijinhos
Maria
Essas tal de solidão é fogo!! E hoje, aquelas luzes pra ti estão no passado,m pois achaste uma nova luz, com certeza, que brilha mais! abrtaço,chica
ResponderExcluirOi Eder...
ResponderExcluirMaravilhoso texto...Solidão é sempre ruim...diurna ou noturna sempre será solidão...e hoje agradeço a você que carinhosamente
desejou-me feliz aniversário.
Foi um dia muito feliz por descobrir
que tenho pessoas maravilhosas que me cercam..
uns bem perto, outros bem longe..
não importa a distância e sim o carinho..
isso é um presentão de Deus na minha vida!
Arigatou né! Eu Simplesmente adorei!!!Ótimo Final de Semana!
Beijos!
San...
Eder meu querido.....O coração não entende de nada, ele ressoa, pois ser só é diferente de estar só...
ResponderExcluirInteressante pensar nessa posição teórica como um sintoma, em quais momentos essa posição como produção ressignifica o sintoma, se pensarmos o culto do narcisismo que dá margem a práticas de autoanálise...
Mas é possível por meio da autoanálise se tornar mais amigo de si mesmo para cantar o amor....?
A resposta está num passarinho, se ele escolher minha voz para seus cantos...
bjs