Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Estado


 
   “Meu encontro com a escrita se deu quando eu pus as histórias do meu avô no papel, de lá para cá o tempo passou. Estou no blog há três anos, e neste tempo o que me deu mais prazer foi conhecer novos escritores, e mais prazer ainda escrever histórias a quatro mãos. Dentre estes escritores está a Paula Barros, juntos escrevemos o texto abaixo. Obrigado Paula pelas suas duas belas mãos que por entre os dedos destilam poesias”.


Definitivamente eu não sou um homem de fases, sou sim, um homem inconstante, tal quais as estações em um país tropical, não bem definidas. Quanto tempo dura um inverno?Não sei. Que importância tem isso agora. Sei, e muito bem, a perda fez um inferno dentro de mim e mesmo assim, permaneci gélido. Ela se foi e deixou um inverno interminável, sofri infernos. Mas o que é o passado senão cinzas que nunca abrasarão. É primavera, preciso abrir janelas e portas, lá fora o dia é um quadro de Matisse, ou então um quadro cubista de Picasso. Preciso da brisa da estação para retirar de mim este cheiro guardado de guarda-roupa velho. Lá fora uma nova época, mudanças, transformações, o belo, a harmonia, o desabrochar. E eu? Tão inverno ainda. Vivendo este inferno de lembranças e dúvidas. Das flores preciso das tonalidades das cores, dos cheiros variados, das diversas texturas e formatos. Preciso não só abrir janelas e portas que dão para o mundo, preciso abrir minhas janelas e minhas portas, abrir os sentidos para um novo sentido de vida. Depois que ela se foi, eu precisava de um recife para me incrustar e esquecer que um dia a amei. Não tive, sobrou-me Recife para destrancar o meu necrosado coração. Mas esqueci que o sofrimento, as situações mal resolvidas, vão conosco onde estivermos, e que as mudanças de estações servem para reflexões, mas as nossas estações têm tempos indefinidos, como são as estações do ano em um país tropical. A perda sempre arrecifa o meu coração, decididamente eu não sou um homem de fases, sou sim, um homem de um único estado, a solidão.

Autores: Paula Barros e Eder Ribeiro.

Imagem clique no nome: MYRA LANDAU

5 comentários:

  1. Sou Myra a ver se assim vai
    parabens outra vez a voces dois, e obrigada de ter colocado, uma imagem minha!!!!!!!!
    beijossssssssssss

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  2. Meu Deus... O encontro dessas mãos maravilhosas e mentes fascinantes nos trazem palavras de fazer tremer as bases.
    Continuem escrevendo... Vocês juntos arrasam!
    Um abraço carinhoso aos dois

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  3. Já me vi muito assim... Muito bom casamento.
    beijos

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  4. Ilustrar este texto, que fala de dores, de partida, de amor, de fases da vida e das estações, que fala da dor do ser humano,com uma trabalho de Myra, é muito oportuno para mim.

    Myra para mim, é este ser humano que entende de fases da vida, de dores, de separações, e que é símbolo de superação. E os trabalhos delas me mostram isso todos os dias.

    beijo, obrigada Eder e Myra.

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  5. Não tem coisa que me fascina mais, do que uma bela prosa poética, feito esta que encantou por demais meu coração...Paula Barros, já admiro faz tempo, e agora, a 4 mãos com você, tudo que era lindo, ficou maravilhoso!!! Beijos, meu lindo.

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