Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Substantivo próprio

Perdi o sono. A madrugada é dos solitários. Percorro as bordas escuras do céu. Não acho estrelas. Descaminho, perdido no buraco negro da minha solitude. A lua é uma bola de gude olho de gato, mas não sou mais criança. Tenho pressa de crescer. Desilusão, todo crescimento é fruto de algum aprendizado. Não aprendo, prendo-me às palavras, mas não consigo apreendê-las por fazer do meu livro de cabeceira travesseiro. Perdi o sonho e nem o sono me é colo para o descanso. Perdi o sono e rio. Rio da minha situação, pois nem a mão ergue a vara para fisgar. Faço da madrugada rede, de pescar. A cama é o meu rio de letras. Fisgo o “erre”, o “eme”, o “i”, e o “a”. O meu alfabeto é curto, quem me socorre não é um verbo, mas um substantivo próprio. Próprio de quem deseja, escorrego pelas pernas do “M” e deitado sobre o “A” espero o ”R” escorregar sobre mim para eu ser hirto como o “I”. Tudo isso regado com prazer e gozo. Enfim é o verbo quem me acha. Amar. Perdi o sono. Entrelaço-me. A madrugada é uma dama a espera do seu par...



Imagem clique aqui

12 comentários:

  1. ...encanta-me este poeta
    que brinca com as palavras
    como o mar brinca com a areia.

    perder o sono tbm dá bons
    frutos.

    bjs, alma linda!

    ResponderExcluir
  2. sou Myra sempre Anonima:
    "Percorro as bordas escuras do céu"
    aqui estao as estrelas. !!! meu querido amigo lindas palavras...um gde abraço

    ResponderExcluir
  3. Imaginar a lua um bola de gude, me fez imaginar um céu com várias delas, feito um chão onde crianças brincam de bolas de gudes.

    Um texto, que me inquietou, pela inquietão de perder o sono, perder o sonho, da solidão.

    No entanto é um texto que me encantou pela construção da ideia, e pela mensagem que estamos sempre aprendendo.

    beijo, bom final de semana.

    ResponderExcluir
  4. Belíssima cronica, um texto sábio, enxuto, mãos que afagam o verbo da alma e sabem canta-lo, parabéns! abços

    ResponderExcluir
  5. Olá meu caro Eder, a solidão é sempre sentida na madrugada,não sei por que? Belo texto, parabéns.
    Por acaso fiz duas postagens sobre a solidão.

    forte abraço

    C@urosa

    ResponderExcluir
  6. "Perdi o sonho e nem o sono me é colo para descanso."

    Palavras como essas valem uma noite insone.

    Bravo, poeta!

    Beijokas.

    ResponderExcluir
  7. .

    .

    . uma prosa bel.íssima .

    .

    . a consagrar uma noite in.terminável . ainda antes que seja dia .

    .

    . um grande abraço .

    .

    .

    ResponderExcluir
  8. Se de todas insônias brotassem belas palavras como as suas, o mundo seria melhor.

    Lindo Eder!

    Bjs

    ResponderExcluir
  9. A madrugada é madrinha da imaginação, não é, mano? E que texto mais incrível você produziu com sua madrinha como companhia - uau! Um grande beijo da mana, Deia.

    ResponderExcluir
  10. obrigada querido amigo pelo teu comentario...sou Myra ja sabe como Anonima...
    o silencio do qual eu falo é dificil de explicar..
    um gde abraço,

    ResponderExcluir
  11. Quando se perde o sono... a imaginação trepa paredes e não se consegue parar...e a madrugada anda a pedir...

    Grata pelo comentário no sei lá.

    Abraço

    ResponderExcluir
  12. Quando perde o sono o pensamento voa
    é o unico tempo que temos para sonhar acordado.
    Um carinho minha saudade hjs no coração,Evanir.

    ResponderExcluir