Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com
quinta-feira, 10 de março de 2011
Cinzas
Foi um beijo de despedida, sem amargor, um beijo de cinzas. Eu nunca acreditei que amor de carnaval durasse mais do que uma noite, este durou quatro. Estava me sentindo como a princesa que ao tirar a fantasia e vestir o vestido de baile se ver diante dos seus súditos sem o seu par, pois o príncipe havia virado sapo. Nem isso eu tinha. Quando eu me entreguei a ele, estava sem fantasia, havia me desnudado. Ele nem a máscara de papel-marchê tirou. Deixou seu nome gravado no mesmo papel que usou para retirar a minha maquilagem, pois me queria sem os simulacros. Tirou muito mais do que isso. Paulo, nem sei se esse nome era realmente o seu. A teatralidade do carnaval cabe qualquer personagem, o eu se esconde sob vários disfarces que usamos durante os quatro dias. Até a felicidade é movida por uma embriaguez tardia. Amor de carnaval é como uma batida de surdo, o som estridente da caixa, a simplicidade da batida do tamborim e o choro da cuíca cuja harmonia somente funciona enquanto a festa durar. É como se o combustível que o incendeia exaurisse na última noite e nos deixasse as cinzas de todas as quartas.
Imagem: www.gettyimages.com
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Oi, Eder:
ResponderExcluirCrônica triste mas bela. Boa noite, beijos no seu coração :)
Mas então... A festa pode continuar.
ResponderExcluirImagine-se em outro Carnaval e não perca o encanto.
Bjs.
Vou comentar por partes, rsrs
ResponderExcluir1º Agora já não preciso esperar as quartas-feiras para ler bons textos. E nem era quarta de cinzas, e nem tinha cinzas na quarta, tinha uns olhinhos alegres:
2º O texto me levou por análises sociológicas (rsrs olha como fiquei chique) sobre os relacionamentos hoje em dia. Me parecem que muitos estão virando relacionamentos de carnaval, algumas pessoas não tiram as máscaras, muitos ficam nus mas não se desnudam..
3º Estou escutando aqui no blog o Sá Marina, na voz de Ivete. Ontem me referi a Samarina, com Edson Gomes. Todas as duas músicas tem letras bonitas.
Bom, muito bom, ler textos bem escritos. Parabéns!
abraços.
òtimo texto, bem pertinente, o caráter transitório das relações encontra justifica nos carnavais, na quarta viram cinzas
ResponderExcluirconvido a conhecer meu blogue e seguir-me também, será um prazer
abraços!
Ainda estou confuso. este espaço está tão marcado com a presença do Eder que fica difícil ler um texto de outro sem misturar com a idéia de que é do Eder, mas não é, é da Samaryna. Pois bem, vamos indo, nos acostumando.
ResponderExcluirAbração.
Peço licença para entrar em seu espaço,
ResponderExcluire deixar um recado igual para todos os que considero.
A Blogosfera é um paraíso literário.
Aqui encontramos pessoas com dons maravilhosos!
Eu tive muita sorte... Nesses caminhos eu encontrei você!
Obrigada por fazer parte da minha vida.
Um beijo carinhoso
OBS: Independente da estação...amor é sempre AMOR! Que bom!!!
Amores de carvanais reclamam ousadia... Não são permitidos sem o frenesi da ousadia! E nem mesmo quando viram cinzas, se apagam. Podem ser guardados com sabor de saudade ou com gosto de "outra vez"!
ResponderExcluirO que nem sempre é bom é sua brevidade! Isso sim, são cinzas anunciando uma quaresma, um tempo de recolhimento e dor.
Meu carinho!
Os amores de carnal pode durar uma noite..assim como pode durar por eternos carnavais.
ResponderExcluirA nossa vida é cheia de surpresas não tem lugar exato nem hora marcada para encontrar nosso grande amor.
Lindo final de semana beijos no coração,Evanir.
Estou aqui atravez do blog da amada Paula..
http://aviagem1.blogspot.com/
exatamente!
ResponderExcluirConcordando totalmente com seu comentário sobre o perdão. O perdão nos liberda do peso que o outro quis nos impor: o da mágoa. Como você bem disse
Meu carinho e agradecimento belo comentário tão rico
Bom domingo!
Brilhante esse texto.
ResponderExcluirEu gosto de amor de carnaval...nossa.
abraços
Esse é o problema do carnaval, né linda...
ResponderExcluirDepois dele sempre vem a quarta-feira de cinzas...
: (
Beijo pra você...
Vontade de perguntar se isso é autobiográfico...
: )
Obrigada, Samaryna, pelo carinho lá no ensaios. Fiquei muito feliz. Seja bem vinda neste blog maravilhoso.
ResponderExcluirCinsas- belíssimo texto. O carnaval e seus mistérios, breves amores que na quarta-feira se esvaem com o silêncio das cinsas que sobraram... Beijo
Oi Samaryna, mas acredito que dependendo do combustivel usado possa ficar um resquício, esses dias vi na Tv um casal se casando nas ruas, se conheceram no carnaval e casaram no carnaval...os padrinhos todos fantasiados de querubim...achi super interessante a forma como eles celebraram o encontro...foi meio que surreal, mas verdadeiro...
ResponderExcluirUm abraço na alma
Beijo
O amor é dos sentimentos o mais nobre, e como tudo, precisa de tempo para crescer, se desenvolver...uma noite não chega para nada...ninguém sente Amor durante uma noite... no máximo a euforia da atracção e só...se o fogo extingue-se tão depressa é porque realmente valeu isso mesmo...rigorosamente nada...sem conteúdo...
ResponderExcluirDeixo o meu afecto e a minha preferência pela diferença de estilo!
Olá!
ResponderExcluirQuando escreve (Eder ou Samaryna) tem que dar atenção! Seus textos são dígnos de leitura...
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Mas quem é que disse que tem que ser assim?
Quem é que disse que amor de praia não sobe a serra?
Gostou? Corre atrás, ué!
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Obrigado por se fazer presente!
Abraços :)