Fauser
olhou ao seu redor. Não reconheceu a casa. Era a mesma em que morava, mas
estava... vazia. De repente, a porta abre e entram seus pais. O menino quase
sai correndo para abraçá-los, mas percebe que não está em cena. Estranhamente
assiste a algo que está guardado no passado, mas que, de alguma maneira, ele
parecia lembrar.
Seus
pais brigavam. Era evidente a angústia que sentiam. A mãe balançava papéis em
suas mãos, o pai levava as mãos a cabeça, em sinal de desespero. A barriga da
mãe grande, quase no final da gestação.
O
pai bate a porta. A mãe cai sentada, aos prantos, alisando a barriga... Nesse
ponto, Fauser sente seu próprio coração acelerar:
-
Ela me ama!!
Num
apagar e acender de luzes, o menino agora vê seu pai no trabalho. Que horas
são, não vejo mais ninguém! Não há luz fora da janela. O relógio roda,
descontrolado, as horas não param, o calendário não para, tudo gira em um
caleidoscópio acelerado, mas uma imagem, de repente, congela-se: sobre a mesa
de trabalho, Cacau tem uma fotografia de Mel e o pequeno bebê nos braços.
-
Ele também me ama!!
Um
sol, no meio da noite, brilha. E, de seu halo, surge a imagem de um senhor,
muito velho, mas de uma presença imponente.
-
Rapaz, como você cresceu!
- Eu
sou menino, não sou rapaz... E, nos conhecemos de algum lugar?
Rindo,
como se não tivesse ouvido aquela resposta, o Senhor continua a falar:
-
Rapaz, você sabe por que está aqui?
Pensando
o mais rápido que pode, Fauser começa a responder assim:
- A
princípio, achei que iria me esconder, fugir quem sabe. Mas, ao ver todas essas
imagens, entendo que não me faltou amor - faltou TEMPO para que meus pais o
dessem a mim. Ai, Senhor, peço-lhe ajuda! Como faço para que meus pais entendam
que todo o sacrifício, todo o esforço que fazem por mim, não é nada se não
tiver também o seu amor?
Continua quarta-feira às18hs00min
TEXTO DE ÁGUA E ÓLEO MISTURADOS
AUTORES:
Água: Déia Tolda
Era pra urgência nunca ter mais espaço e importância que o amor. Era pra se ter mais tempo de olhar nos olhos, compartilhar um riso tolo, contemplar as miudezas tão grandes da vida. Era pra ser, e será, né?
ResponderExcluirOutro beijo, arigó.
Oi Éder, continua muito lindo o conto
ResponderExcluirParabéns
Esperando o próximo capítulo.
Beijos
Lua Singular
Oi Éder, estava meio distraída e não sei se o comentário foi, mas se não foi lhe digo que o conto está fascinante e fico na expectativa do próximo capítulo.
ResponderExcluirBeijos
Lua Singular
Ahhh muito pequeno kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirVc mata a gente com essas pausas! hahahahaha
Beijos!
Lendo seus textos, tendo vontade de voltar correndo para casa e sentar no chão para brincar de boneca mais vezes com as meninas. É tanta correria que a infância delas vai ficando para um depois. E o tempo urge... Um grande, GRANDE mesmo, abraço! :)
ResponderExcluirO dilema de um pequeno menino que deseja ser "visto" pelos pais.
ResponderExcluirEmbora estejamos em um mundo, onde não há mais tanto tempo, é preciso dedicar-se ao que mais importa: a família, o amor em si.
Quem dera todos pudessem ver a vida de outra maneira, saber como realmente as coisas acontecerão, desconsiderando a nossa opinião tão limitada.
O papel dos pais para a auto-estima de qualquer um é fundamental. Mas nem sempre percebemos isso no dia-dia, na pressa que temos. Não tenho filhos, mas se algum dia tiver espero não repetir tanta falta de atenção e afeto que vemos nos pais por aê. Abraços Éder!
ResponderExcluirOlá!Bom dia
ResponderExcluirDéia
Éder
Muito bom a continuação
penso que muita coisa desencadeia nesse afastamento, nessa falta d tempo Temos que produzir até quando estamos em férias ou na praia num sábado de sol, não se pode perder tempo. Não se admira mais a natureza, as coisas simples. O dinheiro se sobrepõe ao carinho, a atenção, ao amor aos filhos, e nem se trata de ficar "ao lado" e sim, é o que acontece espontâneo, não planejado, quando há entrega, envolvimento. É a essência do amor.
"Durante minha apresentação de piano, eu vi meu pai na platéia me acenando e sorrindo.Era a única pessoa fazendo isso e eu já não sentia medo"Cindy, 8 anos
Aguardando próxima
Bela semana!
Abraços témais
Olá!Boa noite, Éder,
Excluircaraca...escrevi muito BOM a continuação, leia muito BOA a continuação....
Agradeço pelo carinho da visita
Belo dia de quarta feira
Abraços
Quem sabe nesta reelaboração dos laços afetivos com a ajuda da mágica viagem no tempo estes personagens conseguirão realmente se encotrar como 'Família'.
ResponderExcluirGrande abraço,
Ah, esse danado do tempo, sempre levando a culpa pela desorganização das prioridades na rotina dos adultos! Perceber o quanto dedicação a quem amamos faz falta muda toda uma história de vida. Um abraço!
ResponderExcluirOi Éder
ResponderExcluirObrigada pela visita.
Amanhã estarei aqui, se esquecer me avise,. Tô meio dodói.
Beijos
Lua Singular
Ownnn, essa é a verdadeira pergunta que deve ser feito em todos os lares... é preciso se dar o tempo de estar com as pessoas que amamos.
ResponderExcluirOI EDER!
ResponderExcluirMESMO COM TODA A AGITAÇÃO DO DIA A DIA, OS PAIS NÃO PODEM DEIXAR DE DEDICAR UM TEMPO AO FILHO, UMA CONVERSA QUE SEJA, UM CARINHO, NUNCA DEIXANDO DE FAZER COM QUE A CRIANÇA SAIBA O QUANTO REPRESENTA PARA OS DOIS.
ESTOU ADORANDO O CONTO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/