Fauser,
ainda bebê, ganhou o seu primeiro presente, dado pelos pais. Um televisor LCD.
Todavia, o que Cacau e Mel deixaram de notar é que Fauser só tinha olhos para
eles. Na sequência, quase ininterrupta, vieram o aparelho DVD, juntamente com
as mídias DVD de contos de fada.
O tempo
passava, e Fauser pouca oportunidade tinha de passar com seus pais. Sequer os
conhecia pela voz. A babá, dedicada, trazia de sua casa os livros com as
histórias que lia para a linda criança. Fazia isso por amar toda criança que
cuidava.
Aos
sete anos, Fauser ganhou um vídeo game, por fim um computador. A sua vida
resumia aos metros quadrados do seu quarto e aos passeios para brincar na
pracinha do condomínio fechado em que moravam. Sempre acompanhado de sua babá.
Entristecido
pela criação que Cacau e Mel estavam dando ao filho, o Senhor do tempo incumbiu
à formiga a missão de recobrar o encanto dessa família.
Sobre
o céu, a noite trouxe o manto que escureceu o dia. Pipocou-o com estrelas,
clareando-o. Chamou seu amigo vento para que soprasse as nuvens que teimavam em
permanecer sob a sua obra de arte, e com o dedo indicador fez uma bola no canto
do céu. Com um suave beijo, se fez luz. A noite enluarou-se.
A
babá, admirando a beleza da noite, não fechou a janela do quarto do Fauser,
encostando apenas a cortina. Quando se encaminhava para a porta, Fauser
segurou-a pela mão...
-
Por que papai e mamãe não me amam, Baba?
-
Eles amam sim, meu anjo! Eles são muito ocupados, precisam trabalhar.
-
Por que eles precisam trabalhar, Baba?
-
Vamos fazer uma brincadeira. Feche os olhos. Agora, imagine-se sem tudo isso
aqui. Você seria feliz, meu anjo?
-
Sim, se eles me amassem. Baba, quer ser minha mãe? Eu te amo tanto.
Os
olhos da babá marejaram. A emoção a silenciou. Fauser continuou falando.
-
Baba, meu sonho era viver em um mundo encantado, ter uma fada madrinha. Mas
isso não existe, não é verdade, Baba?
-
Existe sim, meu anjo. Basta acreditar. – Disse entre lágrimas.
-
Então você é minha fada madrinha?
Desfazendo-se
em lágrimas, a babá o cobriu, beijou o seu rosto e sussurrou em seus ouvidos:
-
Sim, meu anjo, eu sou, mas isso fica sendo nosso segredo.
Ao
sair, ela encostou a porta.
Continua domingo às 08hs00min
TEXTO DE ÁGUA E ÓLEO MISTURADOS
AUTORES:
Água: Déia Tolda
Oi Eder,
ResponderExcluirLinda a continuação, deu-me um dó danado da criança.
Criança precisa de carinho dos pais
Beijos
Lua Singular
Ai que dóooo!
ResponderExcluirQuero ver o resto! Que dó dele!
Amei muito essas carinhas fofas do topo, além de revisitar um tempo esquecido num cantinho da memória. Um doce abraço meu querido.
ResponderExcluirTantas e tantas são criadas assim, quase virtualmente. Como pode, não?
ResponderExcluirSaudades de te ler, moço. É bom estar de volta.
Um beijo.
Olá!Boa noite
ResponderExcluirÉder
Déia
Quarta página...bela continuação!
...quando comecei a ler , fui imaginando os presentes que Fauser começou a receber, os aparelhos novos e modernos, e fiz uma comparação com o que Cacau tinha em sua infância, a bolinha de gude, e fui percebendo como os "brinquedos" tornam-se maiores, vão perdendo aos poucos o elemento discretivo e minúsculo e o "espaço " para brincar , numa relação inversa, cada vez menor... e quanto mais a tecnologia avança, mas subtrai-se ao controle da família, tornando-se cada vez mais estranho não só as crianças, mais muitas vezes, também, aos pais.
Mas,creio que Baba,a Babá conseguirá retomar o encanto na família.
Vamos aguardar a próxima página...témais!
Gostei do novo banner...
Agradecido
Bela quinta feira
Abraços
Infelizmente essa situação se repete muito na sociedade atual. Muitas vezes, os pais não prestam atenção nos filhos e causam marcas profundas na alma do pequeno, como Fauser.
ResponderExcluirOutro ponto que gostaria de ressaltar é a inocência de uma criança, tão pura.
No mais, queria te parabenizar pela forma como descreveu a noite surgindo, pareceu tão "paradisíaco". Muito lindo!
Olá!Bom dia
ResponderExcluirsó para agradecer o carinho de sempre!Obrigado!
Bela quinta feira
Abraços
A educação moderna. E tudo que as crianças precisam é de amor. Espero que a babá proporcione a ele a magia que um dia envolveu seus pais. Abraço.
ResponderExcluirOI EDER!
ResponderExcluirTEU CONTO ESTÁ SE ENCAMINHANDO PARA SER UM GRANDE ALERTA PARA OS PAIS QUE ESQUECEM DE QUE O MAIS IMPORTANTE É O AMOR SIM, MAS É A PRESENÇA FÍSICA QUE DÁ A CRIANÇA O EQUILÍBRIO EMOCIONAL PARA QUE ELA SE SAIBA AMADA.
LINDO DEMAIS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Uma criação que, verdade seja dita, anda cada vez mais comum. Me emocionei com o finalzinho dessa parte. Aguardando a continuação, Eder. abç
ResponderExcluirTocante também o carinho além do cuidado dessa babá para com o menino que já percebe o distanciamento dos pais que precisam exercer mais ativamente seu papel nesta família.
ResponderExcluirAbraços amigo e já desejando um lindo fim de semana para você e os seus,
Olá Eder, obrigado por ser o mais novo integrante da minha sala, tenho certeza que trocaremos muitas ideias por lá.
ResponderExcluirParabéns pelo seu blog, estarei sempre por aqui.
Abraços
Éder, a criança é a pura pureza.Amooo!!Esperando a continuação.Bjs
ResponderExcluirOlá!Bom dia
ResponderExcluirÉder
só para agradecer o carinho de sempre!Obrigado!Agora, só volto á noitinha, bem à noitinha!
Belo domingo
Abraços
E isso é tão recorrente nos tempos modernos, né? Muitas conquistas materiais. Pouco cuidado com o que realmente importa.
ResponderExcluirLayout, lindo demais.
Beijo, arigó.
Ele ainda tem a babá... Pior é quando os pais tercerizam a infância dos filhos e as babás estão longe, bem longe da bondade de fadas madrinhas. Um abraço!
ResponderExcluirTadinho... e é a realidade de muitas crianças. Os pais esquecem que elas não precisam de brinquedos e aparelhos caros, e sim de atenção, de se sentirem protegidos e amados. Crianças também precisam que alguém incentive sua imaginação... que as faça acreditar que existem fadas madrinhas e que existe todo tipo de magia e esperança nesse mundo afora.
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