Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

domingo, 27 de novembro de 2011

Depois - 1ª Parte


   - Você realmente voltou, veio me buscar como havia prometido.
   - Sim, Pepito. Eu lhe disse que sempre há um depois. Vem meu amor, me acompanha.

SESSENTA ANOS ANTES.

   O pai de Pedro, devido a sua profissão, conhecia todos na cidade, peculiarmente. Por isso se algum estranho aparecesse na cidade, ele logo percebia e se interava sobre o mesmo.
   - Bom dia seu Edson! Quero dois reais de pão.
   Aquela voz melíflua, os seus ouvidos acusaram como estranha, aguçando a sua curiosidade e o fazendo debruçar rapidamente sobre o balcão para saber de quem se tratava. Quando viu que era uma criança, ele estranhou o seu discernimento e a capacidade de comunicação sem atropelos de palavras e uma dicção de causar inveja a qualquer adulto.
   - Meu anjo, como sabe que me chamo Edson?
   - Está escrito no letreiro, Padaria do seu Edson. Como ninguém colocaria o nome de padaria em uma pessoa, você só pode se chamar de Seu Edson.
   Aos risos, o pai de Pedro se encantou com a criança.
   - Mas você sabe ler? Quantos anos têm?
   - Sim, desde os dois anos de idade. Eu tenho quatro anos.
   - Eu não acredito no que estou ouvindo. Por acaso sua mãe é professora?
   - Meus pais são professores, assim como meus avôs. Somos uma geração de educadores. Uma dádiva de Deus sobre a nossa família.
   - Hum, interessante. Bem, deixe-me adivinhar o seu nome. Peraí, me deixa pensar. Hum, o nome tá vindo, peraí que eu vou pegá-lo. - Levando as mãos para cima, como se fosse pegar algo suspenso no ar e o tivesse deixado cair, o pai de Pedro abaixa e pega um papel no chão, abra-o e mostra para menina ler.
   - Angélica. - Disse a criança com cara de surpresa e espanto. - Você é um bruxo. - Completou a frase levando o pai do Pedro as gargalhadas.
   - Não meu bem, não sou não.
   - Mas como adivinhou?
   - Está escrito no bolso do seu vestido. Porém, com esses cachos dourados brotando da sua cabeça; um sorriso simpático nos lábios e, também, em cada olho; uma pele aveludada e um rosto carregado de céu, você só poderia ser um anjo.
   - Obrigado, seu Edson. - Disse Angélica e juntando as palmas das mãos fez uma reverência para reforçar o agradecimento.
   - Pronto aqui está o seu pão. Foi um prazer te conhecer.
   Angélica saiu abraçada ao saco de pão, assim que pôs os pés na calçada, voltou para dentro da padaria.
   - Algo errado Angélica?
   - Eu percebi uma coisa e não poderia guardar para mim.
   - Então fale meu anjo.
   - Sua aura é colorida, deve ser uma pessoa muito alegre, Seu Edson. O Pedro precisará do seu apoio, pois ele sofrerá muito. Não deixa a tristeza dele acinzentar a sua aura o levando a tristeza também.
   - Como sabe que eu tenho um filho e que seu nome é Pedro? Hei mocinha, espere, por acaso você...

CONTINUA EM 30/11/11

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12 comentários:

  1. Oi...

    Quero acompanhar esta história q me prendeu.Vc escreve muito bem parabéns!

    Q vc tenha um ótimo domingo!

    Maria

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  2. Myra a ANONIMA!
    BELEZA "angelical"
    adorei

    beijos

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  3. Eder, começando o comentário pelo pensamento-aviso no início do blog, muito interessante, porque temos a tendência em um blog de achar que tudo que está sendo escrito faz parte da vida do autor, e o pior que é algo vivido atualmente, temos dificuldade de separar o autor do texto. E concordo que a maldade e a bondade estão em nós, e com isto na forma de sentir e exprimir.

    Quanto ao texto, gostei desta primeira parte e já fiquei curiosa para acompanhar. Sempre me chama a atenção a sua criatividade nos temas e o andamento dos textos.

    abraço

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  4. Será que não era um anjo de verdade? Fiquei curiosa para saber o resto... :D
    Beijos, flores e muitos sorrisos!

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  5. Bom dia, Eder. Já vi que este conto vai ser interessante e muito bonito. Vou seguir, capítulo a capitulo, pode crer.Pois é, menino, só com muita reza e o socorro de tds os seguimentos de religião e crenças, acho que vou dar um jeito na zica destes meus blogs. Rsrsrs.
    Linda semana, beijo grande!

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  6. Myra, ANONIMA
    vim saber o resto...por eqto um gde beijo

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  7. Acho que o melhor dom do escritor é esse que você tem: o de prender e nos deixar a espera, ansiosos, pelo fim! Beijos, querido Eder.

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  8. ...se vc fosse autor de novela,
    teria que ser a global das oito,
    é claaaaro!

    rsrs

    ai que me encanto com este canto, my God!

    smacksssss, alma apaixonante!

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  9. Eder se não postar logo essa continuação vou ter urticária..rsrs

    Muito obrigada pelas palavras de elogios, nem acho que escrevo bem não..rs, mas agradeço o incentivo.

    Beijo meu

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  10. Mais uma série que tá prometendo, Eder!

    =)

    Um beijo.

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  11. MANOOOOO!!!!! Já me apaixonei pela Angélica!! Saudade desses contos que você conta tão bem! Vou seguir de perto essa história, tenho certeza de que me emocionarei muito! Um beijo da maninha, Deia.

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  12. Eder,
    Sempre que leio seus textos sinceramente gosto muito do modo como escreve.Dos argumentos tratados,nem sempre e já te falei mais de uma vez,mas se continuo por aqui é porque isso me intriga e ao mesmo tempo me fascina.
    Parabéns por mais uma criação!
    :)E, quem disse que ser amigo é ter que concordar com tudo não é mesmo?
    :)A apresentação no cabeçalho do blog também me chamou a atenção bem como a programação na slidebar.A palavra disso para mim é precisão!
    Abraço carinhoso,

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