Os pensamentos, as experiências de vidas relatadas das minhas personagens não são reflexos dos meus pensamentos e experiências, mas sim, peças do mosaico que forma o ser humano. Os meus textos não intentam a polêmica, mas nos chamar à reflexão. Deixo o meu email para quem quiser trocar ideias, compartilhar textos e interagir: gotasdeprosias@gmail.com

sábado, 5 de abril de 2008

Reflexo


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Afoga a água o meu coração
Joga nos meus olhos as lágrimas que há tempo se perderam
Roga pragas em minhas vidas que já feneceram
Logo mortas quando do ventre surgiram assustadas por um futuro vão
Peco por nunca ter tido um horizonte por onde guiar
Fecho-me por medo que lá fora não consigo um passo a frente dar
Meço-me e peso-me para as medidas serem nulas
Desço-me tão profundamente que meus apelos não sensibilizam nenhuma ajuda
Ah, que ser é este que se diz ser eu
A ter a mim como chamas que jamais queimarão
A se perder em um corpo que não é meu!
Ah que ser é este que se diz ser dos outros
A padecer minha alma tão castigada por não crer em nenhum cristão
Ah que seres são estes que fazem isso e deixam minha alma e meu corpo tortos!?

5 comentários:

  1. Eder, impossível eu não lembrar da primeira vez que li Augusto dos Anjos e me encantei com os questionamentos dele. Menino, isso ficou fantástico! :-) Beijos e um lindo domingo pra ti, Mari e crianças! (Um especial pra princesa!:-)

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  2. Pois é, palavras que queimam quando parece que estou usando o cheiro que não é meu, a roupa que não é meu número, o sapato que já não me cabe mais. E, então, quem é esse Eu? Onde o perdi? E descer mais que pode, ficar quietinho para não incomodar...
    É de se deixar torto o Eu que estou procurando reencontrar.
    Abraços

    PS: coloquei um comentário seu na página principal do florescer.

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  3. Que seres são estes nós? Nós mesmos,
    atados e desatados, tortos e entortantes.
    Obrigado pela visita ao essapalavra e pelo simpático comentário.

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  4. Este ser é um ser poético, assentado sobre a superfície profunda de seus mares, retirando dos tormentos as mais veladas flores de suas grutas. Lindíssimo o seu poema. bjo

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