A mulher parecia uma
peça de coxão mole amarrada por panos, tendo duas maminhas como seios coladas
na frente, dois cupins colados atrás como bunda. As suas carnes balançavam de
acordo com os seus passos. Não percebia o perigo que estava correndo. O anjo
celestial Hesediel, com a força do pensamento, penetrou na sua alma, percebeu
que todos os seus desejos eram movidos pela concupiscência, e então levantou voo.
Distou tanto dela que não percebeu Iratus a possuindo, primeiro o corpo, depois
a alma. Após ter a sua alma consumida pelo anjo Shaitan, os ossos da mulher
estavam inertes no chão envolvidos pelos pruídos dos panos devido o frenesi
sexual dos dois.
Hesediel pousou no prédio mais alto da
cidade, equilibrou-se na torre para não cair, pois o prédio estava em ruínas,
percorreu os olhos pela cidade e viu fumaça fumegando pela chaminé de uma das
casas brancas com portas amarelas. Apurou bem os olhos e viu uma pequena cruz
pintada na chaminé. Sem perder tempo, ele abriu as asas e levantou voo em
direção à casa. Aproximando-se da janela, ele fechou as asas e plainou com as
pequenas asas dos pés. Hesediel foi acometido por uma felicidade inaudita ao
ver um recém-nascido, e de acordo com o que via a sua felicidade transbordou em
lágrimas. Ele viu o Livro dos dias em cima da escrivaninha, acima dela uma cruz
cristã e no colo da mãe, pasmem, o último exemplar conhecido do Livro Sagrado
com todas as suas escrituras. A mãe lia para o recém-nascido uma das
escrituras, falando sobre a vida Daquele que derramou o último sangue puro para
a salvação da Atual Geração. Em vão? Essa pergunta Hesediel não fez a si, mas aventou-a
no pensamento.
Ainda em êxtase devido à cena vista, a
saber, a reunião familiar e a leitura das escrituras do Livro Sagrado, tão
incomum hoje em dia, Hesediel não hesitou, aquela família era a que mais se
aproximava do sangue puro, então, incrustou todas as asas na sua pele ao pensar
na forma humana, se condicionou à invisibilidade e entrou na casa. Iratus,
assistindo a tudo, levantou voo, entrou pela chaminé, se condicionou a invisibilidade,
também, e se escondeu entre as labaredas.
Hesediel se encaminhou para aonde a família
estava reunida, retirou a pena com ponta de ouro e distraído por uma brasa que
rolou da lareira, não percebeu Iratus espargir no recém-nascido o pó do sono e
em seguida injetar o plasma do Senhor das Trevas. Após apagar o incêndio que se
precipitava no carpete, Hesediel voltou-se para o recém-nascido e enfiou a pena
na sola do seu pé, retirou o sangue necessário, o guardou na ampola e injetou o
plasma dos deuses para purificá-lo e protegê-lo de qualquer ataque dos anjos
Shaitans, afinal ele seria necessário para a disseminação da Nova Geração.
Iratus, para não ser percebido se escondeu mais ainda entre as labaredas e não
percebeu quando Hesediel injetou o plasma dos deuses no recém-nascido. Com o
processo de purificação, o sangue do recém-nascido perdeu o genótipo humano, em
suas veias corriam o sangue plasmado dos deuses. Hesediel foi até a porta,
abriu-a e com a mesma pena retirou um pouco do seu próprio sangue e a marcou
pelo lado de fora desenhando uma estrela com uma cruz no centro. Assim a
família estaria protegida até a sua volta com Ariadna. Neste momento Iratus sai
de entre as labaredas e assisti todos os movimentos de Hesediel atenciosamente.
Hesediel voltou os olhos para a sala e percebeu que o recém-nascido, sorrindo,
não tirava os olhos dele. Iratus, entre as labaredas também não. Hesediel foi
até o bebê, beijou-lhe o rosto e saiu. Iratus saiu do seu esconderijo, perscrutou
o ambiente e teve um mau presságio, pensou em destruir tudo ceifando a vida de
todos, só não fez isso por que precisava da autorização de Furiosus. Partiu
para comunicá-lo o ocorrido.
O céu permanecia encoberto com o manto
negro, anjos Shaitan retirava a vida de pessoas e animais aleatoriamente. Todos
caíam diante da espada Daemo sem reagir, alguns oravam pedindo salvação aos
céus, outros corriam desesperados tentando achar uma rota de fuga impossível.
Mas não haveria salvação para ninguém, antes de os deuses abandoná-los, foram
eles que abandonaram os deuses, selando a própria sorte. Hesediel, sabendo do
destino da Atual Geração, abriu o recipiente Lux, ativou a espada Divus,
acionou o botão Dio e a apontou para o céu levantando voo. Alguns anjos Shaitan
resolveram enfrentá-lo, mas não tiveram muita sorte, pois estavam lutando
contra o anjo da morte, desprovido de qualquer dó. Todos sucumbiram diante da
espada de Hesediel virando pó, os seus espíritos capturados pelo recipiente Lux
sofreram um processo de purgação das forças negativas e foram enviados para a
região Esperanthus. Os outros anjos Shaitans, desprovidos de coragem, desistiu
da luta abrindo passagem para Hesediel. O céu se apresentou azul e iluminado,
Hesediel estava em casa.
Iratus relatou a Furiosus o que Hesediel fizera
na casa azul de portas amarelas, detalhadamente, somente não lhe contou o que
ele próprio fizera. Furiosus gargalhou e disse: "Ele desenhou uma estrela
com uma cruz para proteger a família? Esse anjo é muito tolo". Então, ele
colocou a pena arrancada da asa de Hesediel, quando estava na forma animal gato,
no seu estojo, sabendo que ela lhe seria útil. Furiosus enfiou a pena de sua
asa no buraco do pescoço da grávida aberto anteriormente retirando todo o seu
sangue e o colocou, juntamente com o plasma do Senhor das Trevas, no corno do
mesmo. Com o corno em mãos, Iratus armou o caldeirão Diabolus, colocou o mesmo
no compartimento Bio do caldeirão, acionou o sistema vibratório enfiando a
espada Daemo na abertura apropriada. O caldeirão girou elipticamente da
esquerda para a direita e em intervalos intermitente fez o giro ao contrário.
Ao término do ciclo, Furiosus retirou do corno um líquido viscoso e enegrecido
acondicionando-o numa seringa, retirou a ponta da sua asa e a acoplou na mesma.
Então, Iratus colocou a sua asa direita sobre a barriga da grávida tornando o
feto visível para que Furiosus enfiasse a agulha no cordão umbilical inserindo
todo o líquido da seringa. O feto sofreu um choque e trêmulo abriu os olhos, a
escuridão se faria à luz. Com as duas asas postas uma ao lado da outra,
Furiosus recebeu o recém-nascido, pegou a espada Daemo acionando-a e cortou o
cordão umbilical cauterizando-o. A mãe deu o seu último suspiro de vida
pronunciando o nome do seu filho, Lucius. O filho do Senhor das Trevas havia
nascido, a besta estava entre nós. Furiosus, Iratus e Lucius se esconderam na
penumbra do quarto pendurados no caibro de cabeça para baixo esperando o pai de
Lucius, pois ele precisava de sangue humano para a sua maturação. E o pai
traria, pois o seu sangue só se usaria em caso extremo.
Continua domingo às 12hs00min
Imagem Google
Olha você está ficando muito cruel! Deixou pra esquentar as coisas justamente antes do feriadão né? E agora? Quem poderá me defender? Me acalmar nessa minha ansiedade? O sonso do Diel é que não é né? Ele para, fecha as asas e fica plainando nas asinhas dos pés e acaba não prestando atenção direito nas jogadas sujas debaixo do nariz dele, imagina se conseguiria me defender!. De qualquer forma vou relevar, afinal tô precisando dar uma esbarrada nele pra sofrer uma catarse e ir com passagem direta e sem retorno pra terra Esperanthus.
ResponderExcluirFalando sério agora, sua história me remete a um tempo vindouro que creio piamente chegará! Quando lia o episódio de hoje fiquei pensando na grandeza do que virá, nos selos, no livro de Daniel que prenuncia tudo o que já estamos vivendo... Por um momento tua narrativa literalmente me arrepiou! Parabéns Sr. contista! Estás a cada capítulo, cada vez melhor! Gr.Bj.!
Q maldade, miga, ñ sou tão cruel assim, sou pior...rsssssss
ExcluirObg pelo carinhoso elogio, se te agrado é um bom sinal, pois sei da gde escritora q é. Bjos.
Olá!Boa tarde!
ResponderExcluirÉder...
Essa página foi tensa. Sabemos quem é o filho do Senhor da Trevas, e o nome também. Lucius. Não acredito que será um mero personagem que não vai fazer mal algum, e por isso não irei subestimar o seu provável grande poder.E nem Furiosus e Iratus devem, pois antes de chegar a destruir o que está fora, é preciso primeiro passar por dentro do nosso ser, e a "índole do sangue humano" pode ser o lado oposto do que pretende o Senhor das Trevas. Aff...aguardando!
Ótimo feriado!
Abraços
Felisberto, qto a sua análise, direi q vc tá certo, não posso acrescentar mais nada senão estrago as surpresas q tá por vir. Abçs.
ExcluirEder,
ResponderExcluirJá não sei se estou a ler ou a ver um filme. Não interprete mal: é um elogio!
O filme dos eventos aparece quando leio a sua história e é coisa que poucos autores conseguem!
Gosto muito até agora. Como sempre, fico impaciente de ler a continuação.
Até breve!
Querida Dulce, nunca interpretarei um comentário seu como ofensivo. Me agrada mto saber q o que tá escrito lhe vem a mente cinefotograficamente. Bjos.
ExcluirNossa Eder,que história forte!Imagino se fosse um filme!Cenas violentas e bem descritas!De onde tira suas ideias?Chega a assustar mesmo!Bjs e vamos ver o que vai acontecer!
ResponderExcluirAnne, as ideias me chegam de varias maneiras, pode ser uma frase q ouço, uma imagem em público q vejo, pode ser em algo q leio. Exemplifico, uma vez ouvi essa fase no trem, "minha avô até hj ñ toma refrigerante por causa das borbulhas", daí surgiu um conto. Trocando comentários com a minha miga Cris Campos, ela citou, um sapato alto vermelho, daí surgiu um conto. Esse conto eu comecei com a introdução e ñ sabia como continuar, deixei salvo no editor de texto do celular e depois de ler um livro, dei continuidade, parei de novo, e vendo uma cena na rua, uma mulher de uns 80kg vestindo roupas para uma pessoa de 50kg, eu iniciei esse capítulo e fui com a história até fim. Ufa, essa resposta foi longa...rsssss. Bjos.
ExcluirUm conto muito forte.....
ResponderExcluirAguardando o próximo capítulo.
Bom feriado!!
Abraços
Estarei lhe esperando Carol. Obg pelo comentário. BJos.
ExcluirVocê nos levou até a salvação, para depois permitir que o mal revertesse o quadro. Como o escritor tudo pode, só me resta aguardar (rss). Abraços!
ResponderExcluirMarilene, não se preocupe, no final, um ou outro vencerá. Esperamos. Bjos.
ExcluirVixe Maria! Tá ficando sinistro o negócio... E eu com medinho do fim, e com a curiosidade aguçada ao extremo.
ResponderExcluirEsperando!
Beijo, homem!
Muier q diacho de medo é esse, uma cabra da peste com uma pixeira na bainha não deve ter medo de ninguém, arreta esse medo prá longe, oxe, o cabrunco real é pior do q eu descrevo. Na próxima página, vem com a peixeira, oxente. Bjos
Excluirnão muito longe da realidade teu conto, pois que os últimos acontecimentos em termos de violência mostram o lado sombrio de nossos tempos. mas acredito na vitória do bem. espero o próximo capítulo, beijos
ResponderExcluirJeanne, temos q acreditar, essa é a nossa única esperança. Bjos.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirBom dia!
Éder..
Obrigado pelo carinho da visita!
Ótimo feriadão!Té próxima página!
Abraços
Até, Felisberto, retribuo o agradecimento. Boa sexta.
ExcluirEder, mais uma vez reitero que você é ótimo dessas crônicas. Prefiro ler do que assistir esse tipo de coisa, já confessei isso também, mas já aguardo o próximo capítulo. Abração.
ResponderExcluirObg, Sérgio, pelo comentário elogioso. Boa sexta.
ExcluirUma história que nos enche de expectativas, curiosidade sobre o que irá acontecer.Bjs
ResponderExcluirObg, Cléo, pelos comentário. Bjos.
ResponderExcluireu concordo com Sérgio esse é o tipo de história que prefiro ler, assistir deixariam imagens a noite toda na minha cabeça, hahaha. Tenso esse seu conto, hein? Um abraço!
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