Ainda que eu falasse/A língua dos homens/E falasse a língua dos anjos,/Sem amor eu nada seria./É só o amor! É só o amor/Que conhece o que é verdade./O amor é bom, não quer o mal,/Não sente inveja ou se envaidece - Legião Urbana.
O abraço, o choro, o pedido de perdão de Lucius enervou o seu pai que lhe pegou pelo pescoço e o arremessou de encontro à parede. Lucius estranhou a atitude e a força descomunal empregada por Petrus, sem saber se foi devido ao que ele lhe fez sugando o seu sangue, ou, pensou, talvez ele não fosse realmente o seu pai. Petrus, com a voz cavernosa e gutural, nada humana, lhe disse:
- A desgraça de vocês, humanos, foi pensar
que a bondade ia lhes salvar. São os atos maldosos que lhes tornam fortes.
Vocês são, essencialmente, animais, e entre os animais, somente uma lei impera:
a dos mais fortes. - Pegando Lucius pelo pescoço e o encostando-se à parede,
Petrus sussurrou em seus ouvidos. - Desgraçado, você já viu um lobo chorar ao
matar a sua presa, já o viu pedir perdão para a mãe ou o pai dessa mesma presa.
Sabe por que ele não faz isso... - Não vai pensar que o motivo é ele não
raciocinar, ou porque ele não tem sentimentos, pois tem, ele sente, ele sabe
que a única forma de sobreviver é impondo a sua força. - Ele não faz isso
porque para se impuser ele tem de demonstrar que é mau, é imperativa a maldade
ao agir, e ela, a maldade intuirá ao derrotado o seu devido lugar. Por isso,
covarde, deixar aflorar a maldade em si e a ponha para fora, seja forte! -
Petrus jogou Lucius contra os escombros e, ao encaminhar em sua direção,
mentalizou a sua verdadeira forma transmutando em o Senhor das Trevas. Quando o
Senhor das Trevas retirou a bolsa contendo o seu plasma para inserir nas veias
de Lucius, foi interrompido pela chegada de Furiosus trazendo Ariadna.
O Senhor das Trevas foi tomando por um
sentimento, até então não existido nele, ao notar Ariadna e, encaminhando até
ela, ele retirou a sua venda. Ao mesmo tempo Furiosus virava-se após ter
colocado a espada Divus de Hesediel em cima da mesa, e, vendo a cena, grita
para o Senhor das Trevas não fazer aquilo, porém, ele não lhe deu ouvidos.
Preocupado com o que poderia acontecer, Furiosus escondeu os olhos abaixando a
cabeça e a colocou entre as coxas ao se curvar. Lucius, tomando pela raiva,
correu em direção à mesa, pegou a espada Divus e a desferiu a esmo. Quando
Furiosus percebeu já era tarde, o fio da espada arrancou-lhe as asas antes dele
se levantar, tentou sacar a arma, mas, como estava esfacelando, essa voou da
sua mão e caiu próximo de Lucius. Lucius não pensou duas vezes e, ao ver
Furiosus virar pó e o seu espírito surgir como saído da escuridão, rolou no
chão, pegou a arma e atirou em várias direções. As balas sabiam que ali só
havia um espírito para ser capturado. Todas, ao mesmo tempo, se abriram
libertando os tentáculos escuros que furiosamente capturou o espírito de
Furiosus e travaram uma disputa inaudita por ele. Enfim, quando apenas uma bala
restou, ele foi sugado para dentro dela e, tomando rumo incerto, ela se
explodiu. No céu uma mancha escura espalhou-se e contraiu rapidamente
desaparecendo.
Indiferente ao que estava acontecendo em sua
volta, como se estivesse enfeitiçado, o Senhor das Trevas somente tinha olhos
para Ariadna. Seus olhos tomando a coloração vermelha se dilatavam ao percorrer
o corpo níveo da filha dos deuses. Irresistível ao apelo sexual, o Senhor das
Trevas moveu as suas mãos ao encontro do rosto de Ariadna e percebeu que elas
alvejavam. Assustado com a aparente brancura, o Senhor das Trevas, acostumado
com o negrume das trevas, notou que não era somente as mãos que alvejavam, mas
todo o seu corpo. Pela primeira vez não sabia o que fazer, contudo, mesmo que
soubesse, já não era dono de si, seu corpo não mais obedecia ao comanda da sua
mente. O Senhor das Trevas, tomado por uma ira incontrolável, tentou alçar voo,
não obstante, os seus pés estavam colados no chão, ele estava se transformando
em uma estátua de sal. Lucius deu o golpe final o empurrando para o buraco
aberto no meio da sala. Contraindo-se, o buraco fechou-se, espalhando pelo
ambiente uma nuvem tênue acinzentada que assentou logo em seguida.
Ariadna percebeu Lucius sentado na soleira
da porta com olhar perdido no infinito. O cenário não era o dos melhores, a destruição
era visível onde quer que se jogue o olhar, o aroma que se chegava ao nariz era
de carne apodrecendo, os urubus formava uma mancha escura no céu, do nada
surgiam animais atraídos pela carniça. Desolado, Lucius se via agora em um
mundo sem esperança. Ele e Ariadna estavam sozinhos, sem poder contar com ajuda
de ninguém. Cabisbaixo, ele se afundou em seus pensamentos procurando solução e
abrigo, porém, eles estavam vazios.
- Hesediel me disse que ficaríamos sozinhos,
porém, não deveríamos nos desesperar. - Disse Ariadna ao se aproximar de
Lucius, sentar na soleira da porta e tentar compartilhar dos seus pensamentos.
- O que esperar do mundo como ele está,
Ariadna. Só vejo destruição e dor.
- Não muito diferente do que sempre foi.
Hesediel me disse para pegar a sua espada...
- Ariadna, não temos mais inimigos para
combater. - Disse Lucius a interrompendo.
- Não, mas se não mudarmos a forma de pensar o mundo, como nos colocamos neste mundo, a Nova Geração estará fadada ao fracasso.
- Não, mas se não mudarmos a forma de pensar o mundo, como nos colocamos neste mundo, a Nova Geração estará fadada ao fracasso.
- E o
que a espada de Hesediel tem a ver com isso. - Perguntou Lucius demonstrando interesse.
- Ele me disse que todas as respostas para
as nossas dúvidas seriam achadas quando enfiássemos a sua espada Divus na casa
do recém-nascido cujo sangue foi colhido para a minha feitura, ou seja, onde
estamos.
Lucius
deu um pulo e adentrou à casa a procura da espada de Hesediel. Sabendo que foi
o último a usá-la, ele a encontrou próxima da mesa. Ariadna veio logo em
seguida e os dois acionaram o dispositivo Dio enfiando a espada no meio da
sala.
Um clarão inaudito tomou conta da sala,
revolveu todos os escombros provocando um redemoinho e parou quando restava
apenas um objeto no seu epicentro. O objeto, um livro, foi aproximando dos dois
de acordo com a diminuição da intensidade da luz e quando se apagou, caiu nas
mãos de Ariadna. Ela assoprou para tirar o pó do mesmo, porém uma crosta negra
impedia de ler o título do livro, então ela levantou a barra do vestiu e o esfregou
sobre a capa. As letras grafadas em ouro foram, aos poucos, surgindo na capa.
Surpreendida ela não acreditou no que estava escrito.
- A Bíblia Sagrada! - Disse levando a mão a
boca para esconder o seu espanto.
- Mas que resposta possamos achar aí,
Ariadna? Você acha que a solução para os nossos problemas podem estar aí?
Lucius mal terminou de falar e a Bíblia voou
da mão de Ariadna abrindo as suas folhas nervosamente de um lado para o outro,
ininterruptamente. Enfim quando parou em uma das páginas, luzes lhe cobriram
dando mais clareza ao que estava escrito, então, Ariadna leu em voz alta:
- Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
- Do que nos vale isso se nós temos só a
nós. - Disse Lucius, enfadonho.
- Se a Geração que acabou de findar tivesse
praticado esse ensinamento, ela não teria sido exterminada, cabe a nós
ensinarmos a próxima para que ela não tenha esse mesmo fim.
- De que vale esse ensinamento se o mal
corre em nosso sangue.
- O bem também. Lucius, onde o amor viceja,
o mal não vigora. Tanto o mal como o bem não é exterior ao homem, está dentro
dele, e cabe a ele exteriorizar um ou outro.
Página 8
Introdução
Página 8
Introdução
Imagem Google
Nota do autor: Toda essa história não passa de uma fantasia, porém, há nela uma verdade, o bem e o mal nasce de nossas ações, por isso, aconselho clicar aqui e descobrir a solução para nossos males e conhecer mais um pouco aonde o escritor se inspirou para escrever esse conto. Espero vocês lá.
Nota do autor: Toda essa história não passa de uma fantasia, porém, há nela uma verdade, o bem e o mal nasce de nossas ações, por isso, aconselho clicar aqui e descobrir a solução para nossos males e conhecer mais um pouco aonde o escritor se inspirou para escrever esse conto. Espero vocês lá.
Oi!!Parabéns por cada página, pelo desfecho,por cada detalhe. Uma história q valeu ler desde o início.
ResponderExcluirAbraço!
Obg, Cleu, vindo de vc, esse comentário me agrada por saber q atingi o meu objetivo. Bjos.
ExcluirOi!!Parabéns por cada página, pelo desfecho,por cada detalhe. Uma história q valeu ler desde o início.
ResponderExcluirAbraço!
Eder, seu final foi espetacular e eu não poderia esperar outra coisa. Ainda luto para me manter ao lado do bem porque acredito piamente no que está escrito no final, ainda que o amor seja tratado hoje em dia como uma tolice. Confesso que depois de tanto derramamento de sangue e batalhas achei que o final seria triste, e você me surpreendeu. Que venha o fim do mundo, com amor e paz no coração de cada um. UM abraço!
ResponderExcluirObg, Bia, se há um sentido para a nossa existência é amar um ao outro. O q me frusta é q nos deixamos ser atingidos pela maldade e mau sermos, pois só somos capazes de amar a quem nos ama. No meu trabalho eu cumprimento um dos seguranças e ele raramente me responde, e eu sempre me questionei pq eu ainda o cumprimentava, até q um dia li um texto q diz: se vc quer mudar o outro e não consegue, não se frusta e continua tentando, senão terá sido ele q te mudo. Bjos.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirÉder.
Muito intenso e inteligente/criativo na forma de conduzir para à reflexão. Eu gostei.
Concordo com você... pois penso que as escolhas, entre o bem e o mal, são feitas sempre envoltas ao que sentimos... se for o bem, nos envolvemos com este na sintonia, energia e vibração e por mais que o mal surja, não nos permitimos envolver com ele e sim aprendemos cada vez mais à transformá-lo , conduzindo-o ao bem, nos recônditos do nosso próprio ser...
Parabéns por mais esse conto.
Vou lá no link.
Obrigado!
Ótima quinta feira!
Abraços
Té
ClicAki Blog(IN)FELIZ
Pois é, Felisberto, o amor é uma "arma" poderosa q usamos pouco. Abçs.
ExcluirGostei do final. O amor é a salvação da humanidade. Cultivando esse sentimento, ninguém prejudicará terceiros em nome de interesses egoistas. Abraços!
ResponderExcluirÉ Marilene, o bem venceu e deveria ser sempre assim. Bjos.
ExcluirPena que acabou, Eder. Mas foi uma grande história, que pode ter sido fictícia, mas teve, sim, sua boa dose de realidade. E o mundo de sofrimento e dor ainda está presente. Já tô indo clicar no link. abraço.
ResponderExcluirObg, Sérgio, só existe uma verdade para solucionar todas as nossas dores e temores: o amor. Então, exercitamos-o. Abçs.
ExcluirQuando a gente tiver dúvida de como o bem pode prevalecer, sempre, suspende a barra de rolagem e vê esse sorriso lindo desse miúdo que deve ser teu. Aí tudo clareia. Aí toda a esperança volta.
ResponderExcluirQue bom que o bem venceu e o mundo teve sua chance de se refazer. E quem sabe, dessa vez, do jeito certo.
Eu pensei que você só ia nos dar o final em 20 de dezembro, por via das dúvidas. Rrsrs...
Tem quando outra história?
Beijo, escritor. parabéns!
Oi Milene, o miúdo é o meu filho, o Cravo do meu jardim, se quiseres conhecer todo o jardim, vá no meu perfil e entre no meu outro blog, Sob o encanto das flores.
ExcluirÉ sempre bom qdo o bem vence.
Muier, eu não poderia fazer isso, terminar o conto dia 20, esqueceu q temos de preparar para o fim?
Em janeiro tem outra história, vai jorrar sangue pela tela...kkkkkk
Bjs, minha cronista preferida.
...eu nunca ví o escuro entrar
ResponderExcluirna luz,
mas estou cansada de ver a luz
invadir toda escuridão com
um simples 'clickar'
de pensamento.
bjs, meu querido professor!
Eu professando, quem me dera, ainda engatinho, sou um jovem aprendiz. Bjos de luzes.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirÉder
agradecendo o carinho da visita, comentário e desejando um belo final de semana!
Abraços
ClicAki Blog(IN)FELIZ
Desejo o mesmo para vc, Felisberto
ExcluirEder,uma história cheia de suspense e aventura mas com um final feliz!Quando tudo parecia sem esperança surge uma esperança nas palavras da Biblia e tudo recomeça de forma diferente dessa vez!Gostei do seu conto e percebi mesmo diversas referencias bíblicas durante a leitura!bjs e parabéns!
ResponderExcluirObg, Anne, por todas as características achadas no conto. Bjos.
Excluirmuito legal o final, adorei! a gente sempre quer um final feliz ou que deixe esperanças...
ResponderExcluirbeijos
Nesse mundo caótico e violento, o q nos resta é a esperança. Bjos.
ExcluirBom dia...que lindo e que final mais bonito
ResponderExcluirainda , adorei ler e prestigiar o que é bom
Deixo um abraço carinhoso
Bjuss
Rita!!!!
Eder, gostei muito da história. É uma óptica interessante. Não se sabe (ou pelo menos eu não consegui decidir) se terminou bem ou mal, mas terminou de maneira positiva. Afinal, a mesma palavra tantas vezes repetida ecoa neste final como ecoa em todos nós, mesmo se fingimos não a ouvir.
ResponderExcluirExcelente conto. Muitos parabéns!
Amar como fomos amados penso que nunca conseguiremos, nossa natureza não deixa, mas ao tentarmos dia após dia vencer amando com pureza e sinceridade de coração, vamos aos poucos alcançando um pedacinho a mais do paraíso. Gostei muito desse episódio, foi comovente e me remeteu à realidade incontestável desse mundo cruel em que vivemos, e seus seres aparentemente normais. Gr. Bj. meu amigo!
ResponderExcluirp.s.: Tô com o tempo muito corrido por causa do trabalho, não repara minha ausência.
Éder,
ResponderExcluirParabéns pelo conto e pelo desfecho surpreendente!!
Realmente a humanidade precisa aprender a amar ao próximo e deixar de enxergar apenas o "mundinho à sua volta", sem se importar com os outros...
Abraços
Oi Eder
ResponderExcluirO bem e o mal habita-nos, mas o amor é capaz de purificar-nos, como na passagem que o inspirou, é o amor o responsável por anularmos o mal em nós.
Um beijo