Confesso que o pedido do meu amigo Élcio, de contar uma passagem de minha infância em comemoração ao 2° aniversário do seu blog VERSEIRO, me instigou e me levou ao pensamento de Dostoievski. Considero minha infância como um dos momentos mais feliz da minha vida, a riqueza contida nela é imensurável. Portanto, para homenagear o amigo, sentei sob um pé de verso e abri o baú. Apesar de romanceado, todos os fatos são verídicos.
1ª parte
Exsudando todo o corpo, ele, espanando-o com um pano de enxugar utensílios domésticos a fim de retirar o pó de trigo; os dedos das mãos quase colados uns nos outros pela massa, ainda mole, do pão; o rosto carregado de expectativas entremeadas por preocupações, não exatamente nessa ordem; entrou, aos tropeços, no quarto, a pega pelo colo e saiu às pressas à maternidade. Após horas ele escutou o choro do seu menino cortar o silêncio da maternidade, e ele chorou junto.
Uma mulher dizia, como se não quisesse dizer a ele especificamente, esse menino não vai vingar, não vai dá em nada.
Ao chegar à cozinha, o menino deu três pulos para alcançar o interruptor; a lâmpada ao iluminar o ambiente causou-lhe maravilhamento ao deparar-se com o fogão novo. Ele ficou ainda mais maravilhado, aliás, feliz com as abas laterais que o fogão tinha, pois assim ele poderia se esconder atrás do botijão de gás e se aprazer olhando as coxas roliças da empregada doméstica. Tolo, como somente poderia ser, ele foi visto, e, estabanado, ao levantar-se bateu a cabeça na aba lateral do fogão.
Quando a empregada doméstica, desesperada, movida pelo sentimento de culpa, devido ao acidente, desceu de uma vez o short do menino, ele teria dado urros de prazer e consumado o seu desejo oculto, mas, ao invés disso, os urros foram de dor, pois ao descer o short, violentamente, ela arrancou a pele de sua coxa deixando à mostra a carne viva, pulsante, no local que havia sido derramado a água fervente do café após ele ter batido a cabeça na aba lateral do fogão quando se levantou.
E uma mulher dizia, como se toda inocência fosse pecaminosa, esse menino... Isso aí não vai dar em nada.
continua
Mas pelo que eu observo, esse conto vai dar em muita coisa. Agora me sinto obrigado em acompanhá-lo.
ResponderExcluirAbraços.
Eita Eder...sabe que estou super contente com o resultado da proposta...caramba, sinto isso nas pessoas e nas postagens, cada uma mais interessante que a outra...
ResponderExcluirAchoque a infãncia é mesmo a melhor parte de nossas vidase deve ser guardada e relembrada sempre que possível...
Quer dizer que se destes mal hein...rsrs...nossa...nessa idade a libido nos consome e aprontamos por demais...rs...Sua história me fez lembrar de um certo pé de mangueira ao qual subiamos para podermos olhar uma vizinha trocando de roupa...rsrs...era uma briga pela escolha do galho que mais facilitava a visão tão esperada...rs
É isso, são tantas histórias que dá para ter segunda parte
Valeu Eder...supergratodesua presença tão marcante tanto aqui quanto lá...
Um abraçãona alma...aguardo a segunda parte...e lógico,torcendo pelo menino...rsrs
Parabéns pela coragem, o conto começou bem, vamos esperar o resto.
ResponderExcluirbeijo
Éder, achei a idéia do Elcio fantastica. As pessoas acabam me surpreendendo com as histórias. Aqui não foi diferente. Você e seus casos que me prendem do inicio ao fim...
ResponderExcluirMoleque safadinho heim? rsrs
Continua e me avisa que venho correndo ler!
Um beijão
Obrigada Amigo por suas palavras em meu blog!
ResponderExcluirSua presença é motivo de alegria!
Um abraço carinhoso
Eder!
ResponderExcluirAdorei a citação de Dostoievski. E o seu conto é muito interessante, aguardo a continuação. Adorei a foto de você menininho...
Obrigada pelas visitas no ensaios. Só felicidade!
Beijo